Quanto custa a felicidade? Tem
preço? Se compra? A cada momento feliz eu tenho a certeza que dinheiro não
compra a felicidade. A distância entre o concreto e o abstrato, do dinheiro e da
felicidade vem explicitar o quão diferente eles são. Claro que ninguém vive
sem dinheiro, mas também ninguém vive sem felicidade e, a meu ver, um independe
do outro. Quantos exemplos nós vemos todos os dias de pessoas com muito
dinheiro, mas infelizes. Outras esbanjam felicidade, mesmo "pobres" financeiramente falando (isso deve ser deixado claro).
O que me levou a escrever esse
artigo foram esses momentos em que a gente tem o tempo livre para imaginar, pensar
e refletir sobre muitas coisas. Estive lembrando quantos momentos de
felicidade que tive em minha vida e pensei por quanto eu poderia vendê-los.
Certamente apareceriam muitas pessoas querendo comprá-los, acredito que até
mesmo por muito dinheiro, mas eu não venderia. A vida é tão justa, que eu até desejaria
comprá-los para que assim eu pudesse revivê-los, mas não consigo, não posso.
Não se pode comprar o passado. Se pode construir no presente.
Mesmo assim persistimos nessa de
precificar tudo, de tornar tudo um produto e de valorizar o inútil. A
valorização do dinheiro gera mais dinheiro, gera mercado e isso é interesse de muitos.
Isso é interesse daquelas pessoas que pensam que o dinheiro compra tudo. A vida é
breve, passa rápido. O melhor da vida é que não precisamos comprar pacotes de
felicidades, muitas vezes divididos em várias vezes com ou sem juros para sermos felizes. A
felicidade está ao nosso alcance. Depende de nós.
Bom seria se todos pensassem assim,
dessa forma acabaríamos cada vez mais rápido com esse comercio de sentimentos
que cresce a cada dia. Nós podemos ser o principal fator para a crise desse
sistema que só privilegia o mercado. Sistema, esse, sem sentimento, sem amor,
que esquece a existência do sofrimento e da verdadeira necessidade. Não vim
aqui para criminalizar o dinheiro, mas para desabafar que acredito que podemos
ser felizes independentemente do dinheiro e que podemos compartilhar ao invés
de acumular.
O mais irônico da felicidade é que ela se renova e exige renovação, não se mostrando como única, como algo singular. Nunca viveremos a felicidade por completo. Nunca nos saciaremos totalmente de felicidade. Nós sempre queremos mais e ela nos permite isso. A tentativa de comprar a felicidade será eterna, desastrosa e decepcionante. Ao contrário disso, buscarei não comprar a felicidade, mas vivê-la naturalmente, ao meu ver, assim ela se torna mais acessível.
Pós doutor pela Universidade de Brasília (UnB), pesquisador desta mesma universidade, professor do Mestrado Interdisciplinar em Ciências Sociais e Humanas da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), estas são algumas partes do perfil profissional de Guilherme Paiva Martins. Nascido em Brasília-DF, Guilherme cedo descobriu as duas paixões que o acompanharia pelo resto de sua vida: a música e a filosofia. Formado em filosofia, instrumentista, compositor, ele nos mostra que há muito o que filosofar sobre a música, assim como também há muito o que se compor e pensar na filosofia. Blog MH – Quem veio
primeiro, a música ou a filosofia?
Guilherme Paiva – Na verdade elas
vieram praticamente juntas, mas acho que a música ainda veio antes. Quando eu tinha
seis anos de idade meu pai me deu um piano e eu comecei a tirar algumas músicas
simples como “parabéns pra você”, inclusive comecei a tirar de ouvido. Lia a tablatura,
mas já conseguia tirar as músicas de ouvido. Depois meu pai me deu um teclado,
e aí minha tia me deu um violão, quando eu tinha doze anos, e então eu comecei
a comprar revistas de música (naquela época vendia em banca) e comecei a tocar
com um amigo, o Derez Marques, lá de Brasília – DF, que hoje tem uma banda
chamada Amanita. Depois, com dezesseis anos, comecei a estudar violão clássico
e nessa época, o “Chapinha” (irmão do Derez Marques) me passou alguns livros do
Nietzshe, Walter Benjamin, alguns livros sobre existencialismo... Então a
música veio um pouco antes, mas nesse processo a filosofia aparece, e aí eu
começo a estudar a filosofia sem nenhum interesse de fazer ou me tornar
professor. Naquela época o meu interesse era me tornar músico...
Então a filosofia surgiu na sua
vida por causa da música?
Guilherme Paiva – Isso. A música veio
primeiro. Mas naquele mesmo momento, de convívio com esses dois amigos meus, que
são irmãos, o Derez Marques e o Chapinha, eu acabei tendo um contato maior com a
música e com a filosofia.
Blog MH – Quando você decidiu cursar filosofia?
Guilherme Paiva – Com dezoito
anos, eu decidi me mudar de Brasília-DF para ir morar em Parnaíba-PI. Lá eu
também conheci muitos amigos compositores, entre eles o músico piauiense
Teófilo Lima. Com ele tive parcerias musicais, tocando em uma banda que se
chamava “Rabiscos” e escrevendo letras de músicas juntos. Com dezenove anos eu
resolvo fazer vestibular, nessa época eu pensava em me inscrever para filosofia
ou sociologia e acabei fazendo para filosofia...
Blog MH - Como foi esse processo de
escolha?
Guilherme Paiva – Por conta de
algumas leituras que eu tinha na filosofia. Já tinha lido Nieztshe, Sartre,
pois havia lido o existencialismo, Walter Benjamin... Esses eram alguns
filósofos que eu já conhecia.
Blog MH - Você falou que, antes da graduação, não pensava na carreira
de docente. Quando surge a docência em sua vida?
Guilherme Paiva – Durante a
graduação eu fiquei ainda mais interessado em filosofia. Naquele momento já me
interessava em fazer o mestrado em filosofia e me tornar professor de
filosofia. Isso me levou a fazer pesquisas durante a graduação, então pesquisei
Nietzshe e Michel Foucault durante a graduação e no mestrado também.
Inicialmente fui fazer meu mestrado na Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ), na época, orientado pelo Roberto Machado. Passei um ano morando no Rio
de Janeiro. Sem bolsa, acabo retornando para Brasília e desistindo do mestrado
da UFRJ. Em Brasília já começo a lecionar filosofia em algumas
faculdades privadas, até que depois consigo entrar no mestrado em filosofia da
Universidade de Brasília, com o Miroslav, que é um iugoslavo que estava vindo
para o Brasil. Durante o mestrado eu acabei me desiludindo com a filosofia. Achei que a filosofia ficava muito restrita a analisar autores europeus e
norte-americanos, então se colocava que a filosofia é para pensar a realidade,
mas você, na verdade, não pensa sua própria realidade, você tenta interpretar o
que os filósofos disseram.
Blog MH – Na
filosofia, quais são seus principais estudos e quem mais te inspira?
Guilherme Paiva – Acho que
Nietzshe, Foucault, Walter Benjamin, naquele momento (graduação) eram esses os
filósofos que mais me inspiraram. Tinha um gosto por David Hume, pelos
filósofos empiristas, mas as minhas principais referências eram esses:
Nietzshe, Walter Benjamin, Deleuze, Foucault. Tem também o Sartre, mas depois
de um tempo eu me afastei um pouco mais dele e foquei mais nesses citados
anteriormente. Nesse momento (graduação), eu começo a estudar a genealogia do
Nietzshe, na tentativa (claro dentro da proposta da filosofia brasileira de
interpretar os filósofos) de conhecer o método da genealogia, depois o método
da arqueologia e também da genealogia do poder de Foucault. Essas metodologias,
hoje, me servem para outras finalidades em termos de pesquisa. Então eu vou
para Sociologia, no doutorado. Decidi sair da filosofia e ir para a sociologia
que é um campo totalmente diferente do que eu vinha pesquisando, apesar de ter
uma relação que era o campo da educação. Então eu começo a conhecer muitos
autores da sociologia, entre eles: Boudieu, Norbert Elias, Anthony Guiddens e
começo também, através de uma professora chamada Maria Veloso, a entrar em
contato com filósofos da América Latina, entre eles o Leopoldo Zea, e também
com filósofos da África e de descendência africana como Franz Fanon, Anthony
Appiah e o Stuart Hall. Então eu começo a ver como eu poderia utilizar aquele
método da filosofia, tanto do Foucault, de análise dos discursos, como do
Nietzshe, de uma genealogia como uma perspectiva histórica, para contribuir para a educação no Brasil. Então começo a trabalhar cultura no
Brasil a partir desses referenciais da filosofia. A contribuição que eu busco
trazer é a de analisar a realidade brasileira, tanto na área de cultura e
educação, além de analisar nosso contexto contemporâneo e essa questão das
tecnologias da comunicação e informação como forma de difusão da cultura.
Blog MH - Você falou que o estudo da filosofia brasileira se limita a
interpretar os filósofos. O estudo filosofia brasileira difere dos estudos da
filosofia em outros lugares?
Guilherme Paiva – Bom, eu não sei e não posso lhe dizer
isso, pois não tenho uma experiência de estudo da filosofia na Europa. Eu
achava que tinha mais liberdade, mas quando eu vi a história da tese de
doutorado do Foucault, que fez uma tese de doutorado sobre a história da loucura,
e aí vai lá na banca, defende e depois da defesa a banca diz: "não, tudo bem,
mas você vai ter que escrever um texto sobre Kant (ou sobre Hegel, não lembro
agora)"... Essa já é uma tradição da própria filosofia, a de trabalhar com questão
da interpretação dos filósofos. Talvez você encontre essa liberdade num momento
de mais maturidade, por exemplo, Habermas, como ele trabalha com uma
perspectiva interdisciplinar, ele não só utiliza de referenciais da filosofia,
como também da psicologia, da sociologia. Ele discute esses referenciais e utiliza desses referenciais para entender
um determinado objeto, problemática, ou questão.
Blog MH – Quem são os
principais pensadores da filosofia contemporânea, ao seu ver?
Guilherme Paiva – Hoje eu incluiria o Habermas, o Anthony
Appiah, o canadense Charles Taylor e o Leopoldo Zea. Acho que depende do
interesse de cada um, então esses são os que eu considero como grandes
referências para mim. Esses são autores que me servem para uma visão e reflexão
crítica sobre a dimensão social, cultural e política da sociedade.
Blog MH – Muito tem
se falado, inclusive dentro das universidades, sobre os temas
transdisciplinaridade e interdisciplinaridade. Como você analisa tudo isso?
Guilherme Paiva – Eu
vou começar com a interdisciplinaridade. Existem algumas pesquisas sobre esse
tema (interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade) que colocam a interdisciplinaridade como uma forma de metodologia
em que você utiliza o conhecimento de diferentes áreas. Então, por exemplo, se
você trabalhar a questão do meio ambiente, você pode utilizar a ética e também
a biologia, daí surge a bioética, uma nova área do conhecimento
interdisciplinar que envolve duas áreas do conhecimento, e do conhecimento
acadêmico, já que filosofia e biologia são conhecimentos acadêmicos. Veja que a interdisciplinaridade não envolve
somente ciência, pois filosofia não é uma ciência. Então é uma relação entre a
ciência e conhecimentos que não são científicos. A transdisciplinaridade já vai
além da interdisciplinaridade. Ela também trabalha não somente conhecimentos
acadêmicos, mas como também trabalha o chamado "conhecimento popular", os saberes
populares. Com a transdisciplinaridade, você pode trabalhar, por exemplo:
“quais são os saberes produzidos pela comunidade quilombola situada em Patu ou
em Porta Alegre (aqui no RN)”. Essa relação em que você utiliza tanto conhecimentos
acadêmicos, seja da sociologia, da antropologia ou da psicologia social (se você
for trabalhar representações sociais), como também saberes populares produzidos
pelas comunidades quilombolas. Então você transcende o limite da universidade,
do conhecimento acadêmico, e vai para o saber popular. Esse é um aspecto transdisciplinar.
O termo “trans” quer dizer além. Já o conhecimento interdisciplinar quer dizer
uma relação, uma inter-relação entre conhecimentos científicos e não
científicos. A transdisciplinaridade ela vai além, ela trata os saberes
populares, os mitos... Ela tem um aspecto diferente para a produção de
conhecimentos.
Blog MH – Você é um
adepto desses novos pensamentos?
Guilherme Paiva – Sou!
Claro que isso também foi em função da criação do mestrado em ciências sociais e
humanas (PPGMICSH-UERN), mas eu também tinha uma perspectiva interdisciplinar
por eu ter saído da filosofia e ter ido para a sociologia. A criação do
mestrado já me conduz para outro momento, esse momento transdisciplinar de sair
do campo científico e ir para o saber popular.
Blog MH – Qual seria
a visão da filosofia sobre a música e sobre a poesia?
Guilherme Paiva – Você
não vai ter uma visão consensual. Vai depender dos autores, dos filósofos.
Existem alguns filósofos, ou alguns profissionais da filosofia, estudiosos da
filosofia que desconsideram a poesia, já outros vão ter uma visão que a poesia
também é importante. Há filósofos que vão considerar a poesia como uma forma de
retomar a questão do ser, da existência. Em relação à música, a filosofia
também não tem uma visão consensual. Por exemplo, nós temos o Adorno que diz
que o Jazz não seria uma forma de arte. Para ele a única forma de arte estaria
associada à música erudita. Então essas
perspectivas não são consensuais. Pierre Levy vai analisar a música e suas
relações com as tecnologias e vai nos oferecer outra visão sobre arte, música e
cultura.
Blog MH – A partir
desse debate existente na filosofia, poderíamos afirmar que a música e a poesia
não teriam um conceito universal, totalmente definido?
Guilherme Paiva - Como são formas artísticas e que existe
vários tipos de interpretação é complicado ter uma consenso. Por exemplo, você não tem um consenso em
relação ao samba. Alguns teóricos vão dizer que o samba de roda origina o samba
carioca, outros pensam diferente... E eles são especialistas em música, não se
trata de filósofos. Então nem mesmo os especialistas têm um consenso sobre essa
questão. Não existe um consenso sobre a origem do violão, se é uma origem árabe
ou grega. Então é uma área em que as questões são mais complicadas. Sobre a
poesia eu não tenho como falar, pois é uma área em que eu não tenho estudos
aprofundados, mas eu vejo esse aspecto em relação à música.
Blog MH – E qual
seria a visão do filósofo Guilherme Paiva sobre a música?
Guilherme Paiva – Na
minha visão é um tipo de manifestação característica do ser humano. É possível,
também, relacionar a música, o modo de construção da música, com o aspecto
cultural. Você deixa de lado alguns modelos. Muito se define música a partir do
padrão de música ocidental, mas a música produzida na África quebra esse
padrão. Então penso que seja uma forma de manifestação do ser humano. Muito se
fala que a música é uma manifestação artística, mas esse conceito de arte
também foi construído em um determinado momento da história. Então a música é
uma manifestação do ser humano, de uma cultura específica ou de um diálogo
entre culturas, produzindo novas formas de manifestações musicais.
Blog MH – Assim como
a música, a filosofia também vem sendo deixada de lado pela escola. Como você
enxerga esse cenário onde a filosofia e a música não recebem a importância
devida no ensino escolar?
Guilherme Paiva – Existem
políticas do Estado, no sentido de que a filosofia retorne ao ensino médio,
assim como a música... Eu vejo uma desvalorização dessas áreas, e às vezes uma
visão preconceituosa que foi construída no Brasil, sobre a música. Essa relação
que havia sobre a pessoa que toca violão, a boemia e a malandragem, então se
você toca violão já sofre um estigma. Por outro lado, tocar piano é algo
relacionado à nobreza, às classes mais altas. Isso relacionado ao estudo do
piano. Mas não é um estudo que visa formar alguém para viver de música. Viver
de música no Brasil é algo bem recente, vários músicos tiveram dificuldades
como Ernesto Nazaré, Chiquinha Gonzaga... Por exemplo, o Jacob do Bandolim era
funcionário público. Então existe uma desvalorização da música. A falta da
filosofia nas escolas tem outras razões, como a do governo militar ter retirado
a filosofia da grade escolar por a filosofia levar a um pensamento crítico, à
reflexão crítica e isso não seria interessante. E hoje acaba tendo um
desinteresse maior em relação à filosofia porque a sociedade de consumo atual
tem um interesse no que é utilitário. Uma sociedade que possui meios de
comunicação de massa que não levam à reflexão e, assim, as crianças e os
adolescentes acaba tendo pouco interesse por essa questão de uma reflexão mais
aprofundada seja sobre a sociedade, a política ou a cultura.
Blog MH – Você concorda
que a música vem se tornando num produto comercial e perdendo a sua poesia?
Guilherme Paiva –
Essa transformação da música em mercadoria ocorre desde a formação do sistema
capitalista. Se analisarmos, Beethoven já vendia suas músicas, mas isso não
quer dizer que sua música era comercial. Claro que na sociedade atual, o
consumo leva a uma moda e ao que é o efêmero. Depois de um tempo aquilo deve
ser trocado, é descartável. Mas ainda se tem expressões musicais que não se
colocam como comerciais. Recentemente eu vi um link que mostrava Hermeto Pascoal, dizendo não ter interesse em ganhar dinheiro com a música, ele tem
interesse em fazer música. Então o interesse dele é fazer e não comercializar a
música. Então tem gente pensando diferente.
Blog MH – O que é
compor?
Guilherme Paiva – Se
desvencilhar de uma visão racional e ir para uma dimensão mais contemplativa em
que você não pensa em sistematizar. É um momento de inspiração.
Blog MH – O que é ser
musicalmente humano?
Guilherme Paiva –
É deixar fluir a música que você tem dentro de si. É colocar a música num
papel, numa partitura ou executá-la em algum instrumento.
Falar é fácil, agir nem tanto.
Como fala a tão famosa e repetida frase: a teoria na prática é outra. Talvez
seja por essa a razão que muitos falam, criticam e avaliam os outros, mas não
agem como pregam e muitas vezes terminam agindo como aquelas pessoas que
criticara. Não há dificuldade em dizer o que faria se fosse aquela outra pessoa
ou qual o correto a ser feito, mas o difícil é se colocar no lugar do outro ou
naquela situação. De acordo com o dicionário Aurélio, hipocrisia é o “vício que
consiste em aparentar uma virtude, um sentimento que não se tem”. Uma
falsidade contada para você mesmo e para os outros.
Em todos os lugares, em todos os
casos nós podemos encontrar esse vício. Na música não é diferente. São muitos
os que escrevem e que cantam o que verdadeiramente não sente. A este fato dou o
nome de hipocrisia musical. O ato de compor é poético quando verdadeiro, quando
o poeta nos relata o que vem de sua alma, o que ele tem vontade de dizer para o
mundo. É como transbordar seus sentimentos através de palavras e de sons. A
partir disso, nós sentimos o que ele sente, ou até mais do que ele sente. Do
contrário não sabemos se se pode classificar como poético.
Lamentavelmente, na atualidade não é
difícil ver alguém cantando o que nunca sentiu ou o que nunca viveu, numa tentativa
frustrada de fabricar sentimentos. Dentro desse processo de produção em massa
da música, as emoções vêm sendo fabricadas, como produtos padronizados e
plastificados na tentativa de atingir público que a cada dia vem se importando
menos sobre as origens e a poesia do que se escuta. A hipocrisia musical, assim
como a poética, ajuda na banalização do sentimento, da emoção e da poesia. Ela
não se preocupa com as consequências que pode causar, ela é individualista e
visa sua boa colocação nas mídias por estar padronizada com os produtos que são os sucessos atuais.
Na verdade, poesia e padronização
não combinam em nada. A poesia é a arte de inovar, é dizer o indizível, é
imaginar o inimaginável. Também não
combina com a hipocrisia, já que nela não há falsidade, e se um dia houver,
será uma falsidade sentimental e precisa diferindo daquela falsidade seca,
falsidade falsa. A hipocrisia deve ser evitada em qualquer forma, não só na
música e poesia. De fato todos nós somos um pouco hipócrita, é totalmente
válido dizer isso, seria um hipócrita se não dissesse, mas sempre tento evitar.
O que escrevo aqui, são inspirações que surgem quando eu menos espero e quando
não tenho o que escrever, não escrevo.
Se escrevermos, cantarmos,
compormos sem mentiras, sem hipocrisia, teremos um mundo mais poético, mais
inovador, mais transparente, mais sentimental e menos falso.
A pernambucana Maria da Paz, traz uma paz e encantamento na sua voz. Esses atributos foram reconhecidos desde os seus nove anos de idade, quando foi escolhida como a segunda melhor voz do Nordeste no concurso "A mais bela voz do Nordeste". Nascida no dia de 25 de março de 1959, em Jaboatão dos Guararapes-PE. Criada às margens do Rio Pajeú, na cidade de Afogados da Ingazeira, encontrou, desde de cedo, na música, a sua maneira de viver. Nesse vídeo Maria da Paz, que além de cantora é instrumentista, acompanhada pelo músico Bruno Serroni interpreta a música: Meu amor, meu amorzinho.
A busca pelo ponto de equilíbrio
não cessa e não deve cessar. Acredito que em tudo na vida devemos ter
equilíbrio. São muitos os momentos que nos exigem demais ou onde nós relaxamos
demais, mas o ideal é equilibrar-se. A depressão surge como uma doença muito
forte nesse século, e uma das causas para que ela nos domine é a falta de
equilíbrio emocional. É como se fugíssemos de nós mesmos ou saíssemos do prumo,
do eixo de segurança.
É certo que na vida não temos como permanecer sempre em equilíbrio, e por isso devemos sempre buscar essas ferramentas que nos ajudam na auto-regulagem. A música aparece com um enorme potencial terapêutico e nós devemos utilizá-la. Mas é sempre bom alertar para o bom uso da música, até porque ela (como tudo na vida) pode inspirar tanto para o bem, quanto para o mal. Tal efeito musical vai depender da interação entre nós e a música, dos nossos desejos e da mensagem que ela nos trás. Assim, ela possui o poder de nos equilibrar e de nos desequilibrar. Cabe a nós escutarmos música visando o nosso bem, nosso equilíbrio e o equilíbrio para todo mundo, até porque sem um mundo desequilibrado como podemos nos equilibrar?
A música é um ótimo instrumento para
que nós possamos conseguir tal equilíbrio. A musicoterapia veio nos revelar
muito sobre isso. Essa ciência nos apresenta a música com várias facetas, entre
elas a música como instrumento de inspiração, técnica chamada de música para
inspiração. Essa é a técnica utilizada para facilitar a meditação religiosa ou
experiências espirituais. Além dela, a meditação com mantras e o transe com
percussão são formas existentes que utilizam a regularidade da música para
atingir a transcendência, o autocontrole e o equilíbrio.
Assim como a música, devemos buscar todos os
outros instrumentos que a vida nos oferece para que consigamos seguir nosso
rumo tranquilos e conscientes. Entre o bom senso e a má educação, o bem e o mal,
a lucidez e a loucura, a linha é tênue. Por isso devemos manter nossa cabeça no
lugar, aproveitar o bom da vida e nos apegar ao que nos deixa feliz, esse é um
ótimo começo para que continuemos equilibrados nessa corda que balança, mas não
nos derruba, pois os verdadeiros e bons artistas não caem facilmente. Até mesmo
se um dia chegarem a cair rapidamente eles se levantarão e perceberão que a
queda foi um mero detalhe, que só serviu para torná-los mais experientes e
melhores.
Já venho criticando a mídia há algum tempo por ela tanto
contribuir na produção em série de músicas superficiais e efêmeras, claro, visando
sempre seus interesses financeiros. Hoje eu poderia até fazer um pouco diferente
e elogiar a rede Globo de televisão pelo ótimo programa São João do Nordeste
exibido ontem, afinal sempre devemos prezar pela justiça, não é? Mas não vejo
muita justiça nesse caso.
Nesse artigo, os elogios não são para rede Globo, e sim para
Chico Pinheiro, jornalista que há algum tempo já vem levantando a bandeira da
cultura e mostrando, dentro da emissora do plim plim, o que temos de melhor no
nosso Brasil de ontem, hoje e amanhã.
O programa São João do Nordeste, exibido nessa última
madrugada, do sábado (07/06) para o domingo (08/06), me deixou muito feliz por me
possibilitar ver um programa de tão alta qualidade musical sendo transmitido
pela maior empresa de comunicação do nosso país. Em um programa só, Chico
conseguiu reunir artistas consagrados nordestinos, assim também como novas
promessas da música brasileira: Chico César, Zeca Baleiro, Xangai, Chambinho,
Lidia Maria, Thaís Nogueira e Zé Manoel.
O programa teve como homenageada a eterna Anastácia, que
junto a todos esses artistas, cantou e encantou a todos nós. Ao programa só
tenho elogios, mas ao canal, apesar de agradecido pelo programa, tenho algumas
críticas que responderão o porquê da injustiça por parte da Rede Globo, citada
no início deste texto.
Um programa desse nível não poderia ir ao ar mais cedo?
Programas como esse só vão ao ar nas madrugadas ou cedinho da manhã, horários
onde o grande público não tem chance de assisti-los. Ainda há quem tente
explicar dizendo que é um horário para um “público seleto”, pois o povão não
dará audiência a esse estilo de programa. Mas o povão nunca dará audiência a
esse tipo de programa se nunca tiver a chance de nunca ver isso nas grandes
mídias em horários nobres. Afinal, onde anda a responsabilidade social da Rede
Globo com a população brasileira?
Outra crítica que faço é por a Rede Globo limitar programas como
esse para a região Nordeste, impedindo que as outras regiões consumam também a
nossa cultura, estabelecendo um muro invisível entre essas culturas, muro esse controlado
pela própria mídia. São fatos como esses
que fazem com que percebamos que é a grande mídia que estabelece qual a cultura
dominante no nosso país e quais são as dominadas e caladas por não ter a apoio
necessário para se mostrar nacionalmente.
Justiça é termos uma democracia cultural. Por isso, a maior
razão deste artigo é apoiar Chico Pinheiro, que com seu gosto musical apurado, tanto
busca apoiar a nossa rica cultura brasileira com programas de altíssimos níveis
como Sarau e São João do Nordeste.
Fica o manifesto por mais programas desse estilo na rede
Globo e em toda mídia nacional, como também o desejo de mais Chicos Pinheiros
na Rede Globo.
Cantor, compositor, poeta, amante da música... São essas algumas palavras que utilizo na tentativa frustrada de definir o fantástico músico mineiro, Vander Lee. Com mais de vinte anos de carreira e com composições eternizadas na voz de grandes intérpretes brasileiras, como Elza Soares, Maria Bethânia e Gal Costa, Vander Lee não para de alimentar nossa alma com belas canções e se prepara para lançar seu mais novo CD: Loa. De passagem por Mossoró-RN nesse último final de semana, 30/05/14, ele encontrou um tempo para nos responder musicalmente e deixou um recado para todos os leitores do nosso blog. Confiram!
Blog MH - Como surgiu sua paixão pela música e em qual momento você decidiu que iria ter a música também como profissão? Vander Lee - A música surgiu em minha vida, assim como da minha família, através do meu pai, violonista nas horas vagas. Logo depois veio o rádio, as primeiras tentativas de estudar violão... mas acho que só aos vinte anos decidi fazer isso minha profissão.
Blog MH - Qual foi o artista de nome nacional que primeiro divulgou a poesia das composições do Vander Lee? Vander Lee - Elza Soares me descobriu, foi a primeira estrela a enxergar em mim um talento que poderia dar certo.
Blog MH- Você é um dos grandes novos nomes da MPB, como: Chico César, Maria Gadu, Marcelo Jeneci, entre outros. Mas, infelizmente, vocês não têm o mesmo espaço que outros artistas possuem na mídia. Como você enxerga tudo isso? Vander Lee - Acho isso um retrato do Brasil. A falta de acesso que existe nos meios de comunicação ainda mostra um povo acomodado e pouco afeito a novidade...
Blog MH - Como você avalia a música brasileira na atualidade? Vander Lee - Acho que a música brasileira sempre esteve muito bem, a despeito das dificuldades que enfrenta. Essa geração está pegando um período de muitas mudanças de paradigmas, novas políticas culturais, novas formas de fazer musica, novos modelos de distribuição.... mas acho que pros jovens está mais fácil do que foram para outras gerações. Essa geração representa a possibilidade de se fazer uma carreira no estilo "Faça você mesmo"...
Blog MH- Seu mais novo CD traz o título “SAMBARROCO”, qual sua relação com o samba? Vander Lee - Existe essa relação com o samba desde sempre, através de meu pai, daquilo que ouvi durante a vida e resulta em sambas autorais desde que comecei a compor.
Blog MH- Qual o segredo de tanta poesia cheia de romantismo e lirismo? Vem do meio em que você viveu a juventude ou são raízes de sua família? Vander Lee - Acho que isso vem da minha personalidade mesmo, nunca fui muito diferente disso. Tenho dificuldade com a falta de poesia na vida, a falta de doçura, de educação, de romantismo..
Blog MH - Você sente falta, nos dias de hoje, dos grandes festivais de outrora onde foram revelados grandes talentos? Vander Lee - Acho que esses programas de competição na tv são os festivais do momento, com as características que dão vazão a uma musica mais pop, sem compromisso com a cultura brasileira. Esses concursos surgiram porque os festivais como eram esgotaram uma fórmula, não se renovaram...
Blog MH - O que é compor, Vander Lee? Vander Lee - Juntar coisas soltas e dar uma forma que conte uma historia que represente um momento, uma imagem, um fato...
Blog MH- Você poderia definir a música? Vander Lee - A matemática sonora e sensorial do tempo.
Um bate pronto, rapidinho...
Blog MH - Depois de ser gravado por grandes nomes, Vander Lee ainda sonha em escutar sua música na voz de... Vander Lee - MUita genteeee!!!!
Blog MH - Um gênero musical? Vander Lee - Todos.
Blog MH- Uma música que te represente ou que marcou sua vida? Vander Lee - Nesse momento, "Tú", do meu novo cd LOA, que sai jajá!
Blog MH - Espero que você volte novamente a Mossoró para mostrar mais o seu trabalho. Não nos deixe aqui "esperando aviões". Um forte abraço e sucesso sempre. Para finalizar, você poderia deixar um recado para todos os leitores do Musicalmente Humano que, como você, são todos românticos apaixonados pela música e poesia? Vander Lee - Fiquem bem, tenham fé, força, saúde e paz pra desfrutar a música em todo o seu esplendor...
A música me dominou. É mais forte
que eu, mas tiro proveito disso. Além de indescritível ela é persuasiva e, sem
muita dificuldade, conquista seu/meu território facilmente. O que merece ser
admirado é que essa persuasão não inicia quando a música começa a ser
executada, e sim desde o momento de sede e dependência que ela lhe causa. É
essa a razão que faz com que a escolhamos e a escutamos. A madrugada me inspira
e eu coloco mais um álbum a ser executado. O que faziam, o que queriam e o que
sentiam esses compositores e músicos quando escreviam essas poesias?
São tantas obras primas ainda não
escutadas. Necessito de tantas madrugadas para escutar tudo o que posso. Tenho
a vontade de escutar o mundo. Quantos artistas sem palco, sem disco, sem estímulo,
mas com inspiração para me inspirar. Por justiça, por um bem universal, abram
alas para a boa música, libertem a poesia, viva a arte que de algum modo nos
enriquece, nos ilumina e nos felicita!
Neste momento escuto um
maravilhoso álbum, minha mente viaja no tempo e minhas emoções afloram como se
só precisassem dessas músicas para se fazerem sensíveis. Tenho ao meu lado meu
violão, meu amigo de poesia, um mediador entre eu e um sentimento sublime de felicidade.
A vida necessita de mais poesia, menos prosa, mais emoção, menos racionalidade,
mais equilíbrio. Lutarei por momentos poéticos, ao menos minutos, durante todos
os dias, seja onde for, em casa, no trabalho, na escola, universidade... O
importante é nos sentir mais humanos através da arte.
Que não abandonemos a característica que nos é
inerente, somos todos seres musicais, logo imagino que somos todos poetas.
Temos a devida afinidade com a poesia. Através desse humilde blog, inicio o
movimento pró-poesia, pró-felicidade, pró-inspiração. Larguemos os discursos padronizados
e politicamente corretos para o mundo e o sistema vigente. Vamos todos aderir
ao movimento poeticamente pensado e sentido. Assim colorimos nossas vidas,
damos sentido a ela, e nos tornamos em essência mais parecidos com Deus.
Ex-jogador de basquete, Marcão era morador de favela, em Salvador-BA, e ensinava basquete para as crianças da comunidade quando percebeu que arte e esporte era uma dupla essencial para a oferta de um futuro promissor para todas aquelas crianças. Observando os quiques da bola no chão, durante os jogos de basquete ele pôde perceber que naquela partida também havia música e dança.
Na visão além mar do professor e artista Marcão, as partidas de basquete também eram um show de coreografias, foi aí que ele decidiu iniciar seu projeto onde mistura o basquete com a dança e com os ritmos brasileiros.
Hoje, Marcão, também conhecido como Seu Maloka, sonha mais alto. Junto com grafiteiros da cidade de São Paulo, ele planeja a recuperação dos espaços abandonados e deteriorados da capital paulista através da união entre esporte, música, dança e artes plásticas. Tal projeto visa a instalação de tabelas de basquete e pistas de skate nesses espaços abandonados que juntamente com o embelezamento desses locais realizado pelos grafiteiros darão vida aos espaços antes utilizáveis somente como um refúgio para dependentes químicos.
Tiremos o chapéu para Seu Maloka e o utilizemos como exemplo. Nesse vídeo, ele demonstra sua musicalidade e poesia cantando "Haiti", música de Caetano e Gil.
Graças ao meu bom Deus, esse mundo sempre nos presenteia com um bom papo e uma boa música, nos possibilitando conhecer o valioso desconhecido. Nesse final de semana, eu tive o prazer de conhecer e conversar com o músico Enéias Xavier.
Multi-instrumentista (contrabaixista, pianista, violonista, guitarrista, flautista...), arranjador, produtor, professor de música, lecionou como professor convidado no CEM - Curso de Extensão
em Música da UFMG, ele atualmente roda o Brasil acompanhando o outro talentoso e poeta, Vander Lee. Podemos nos encantar com seu currículo quando vemos com quem ele já dividiu o palco e gravou. São eternas figuras da música, como: Toninho Horta, Flávio Venturini, Milton Nascimento, Samuel Rosa, entre muitos outros.
Durante sua trajetória musical, já gravou três CD's: Jamba (2004), O peregrino (2008) e seu mais recente trabalho intitulado de Novo tempo (2011).
O primeiro, "Jamba" (2004), como o próprio nome nos revela, traz uma mistura de gêneros muito interessante entre o jazz e o samba, com destaques para algumas faixas, como "Inspiração na Esquina" (homenagem a Toninho Horta) e "Saudades do Recife, um frevo bem ritmado".
Vencedor do 3º prêmio BDMG Instrumental e do prêmio Conexão Telemig Celular, em 2004, Enéias já participou de diversos projetos como Especial Rede Minas, TIM Jazz Festival, Coca Cola Jazz
Festival, Música de Domingo (1999 e 2004), Casa Cor
Jazz Club e do Show do Centenário de Belo Horizonte.
Mais uma joia de Minas e do Brasil, mais um que apenas precisa de chances nos palcos da vida para nos ensinar a sermos cada vez mais musicalmente humanos.
Segue o link para download do CD Jamba:
http://www.4shared.com/rar/mgT7eUUQ/enias_xavier_-_jamba_2004.html
Há tempos eu não ia a um show de
música no teatro, infelizmente, não é todo mês que tenho a oportunidade
de ver verdadeiros artistas e/ou poetas que encham meus olhos de brilho e me
faça ir ao teatro assisti-los. No primeiro momento que entrei, me veio aquela
nostalgia e lembrança de tantos shows e momentos marcantes que me inspiraram e
fizeram com que eu me envolvesse com a música cada vez mais. Ao entrar sou
envolvido com aquele som acústico e atraente que adentra meus ouvidos, minha mente, meu corpo sem pedir licença, agindo como uma massagem sonora. É algo sublime.
A música era a atração, todos
estavam ali para escutá-la, assim como para apreciar a poesia musical daquele
artista do dia. São muitas pessoas que poderiam estar fazendo qualquer outra
coisa, mas que decidiram ir ao teatro para serem massageadas sonoramente com
poesia, como eu. O poder da música é fascinante, assim como o espetáculo em si que promove uma interação intensa proporcionada pela proximidade do ídolo, tantas vezes escutado, tantas vezes mencionado, cantado e tocado por muitos que estavam na platéia.
O teatro é como um fone de ouvido
gigante e coletivo. Tenho o prazer de partilhar aquele momento com todos que
estão ali comigo. Além de momentos, ainda compartilhamos felicidade, sentimentos, acontecimentos, a vontade de mais uma no término do show e a depressão
pós-show causada pelo choque de realidade que aquele momento não irá se repetir
de novo. Realmente, bons espetáculos são raros, são únicos e uma vez
aproveitados são guardados para sempre na memória.
Com todo o valor agregado que nos é oferecido pelos bons shows, permanece aquela vontade e
curiosidade sobre o próximo show. A ansiedade até o próximo é grande. Que
seja grande a ansiedade, mas que não seja longa a espera. Que tenhamos mais
shows em teatro e que mais pessoas frequentem esses espetáculos, assim ganhamos nós,
ganham os artistas, ganha o público, ganha a poesia, a música e a vida.