quarta-feira, 30 de julho de 2014

O carão...



O CARÃO, esta ave tão profeta, 
habitante das matas do sertão, 
sentiu falta da chuva no rincão, 
ficou triste a sofrer como um poeta, 
sem cantar sua vida é incompleta, 
o fantasma da seca lhe apavora, 
pesaroso partiu fora de hora, 
antevendo um futuro tão sombrio; 
O CARÃO QUE CANTAVA EM MEU BAIXIO 
TEVE MEDO DA SECA E FOI EMBORA. 

(Poeta Antonio de Catarina)

Falando musicalmente...


"Deus fará absurdos, contanto que a vida seja assim, sim! Um altar onde a gente celebre tudo que ele consentir..."
(Estrela - Letra e Musica - Gilberto Gil)

Gilberto Gil - Estrela

Nesta semana, a Videoteca Melodias da Alma estrala Gilberto Gil interpretando "Estrela", música composta nos anos 80, estava esquecida nos arquivos da gravadora e foi recuperada pelo pesquisador Marcelo Fróes. Esse grande sucesso foi finalmente regravado, com sua belíssima voz Gilberto Gil, seu violão e a orquestra sinfônica no show "Concerto de Cordas e maquinas do Ritmo" nos leva a um verdadeira viagem!!!

Música: Estrela
Autor: Gilberto Gil



quarta-feira, 23 de julho de 2014

Balaio musical - Bráulio Tavares



Essa é mais uma coluna dentro do nosso blog que vai prestigiar a boa música e poesia. Aproveitando o esse espaço democrático na internet, iremos evidenciar algumas raridades da música popular nacional, assim como algumas raridades poéticas através de postagens semanais de áudios que, inclusive, poderão ser baixados por você.

Nessa semana iremos começar com algumas raridades do poeta, compositor, escritor, blogueiro, cineasta e intelectual, Bráulio Tavares. Como compositor Bráulio compôs ótimas canções e algumas que marcaram como "Miragem do porto", canção gravada na voz de Lenini e trilha do filme Caramuru - A invenção do Brasil (2001), "Lavadeira do rio", interpretada pelo grupo Skank, Velha guarda da Mangueira e Lenini, "Calderão dos mitos", gravada por Elba Ramalho, "Meu nome é Trupizupe", canção gravada por Zé Ramalho, entre várias outras boas canções de sucesso e outras que apesar de não terem tido a repercussão devida, demonstra a qualidade do artista que as fizeram.

Com um estilo musical diversificado, Bráulio Tavares ou Trupizupe, o raio da silibrina, como também é conhecido, esbanja conhecimento musical e poético, fato que o possibilitou compor canções do folk, passando pelo bolero e chegando ao repente nordestino, onde compôs em parceria com Ivanildo Vila Nova, Nordeste Independente, música de grande sucesso na voz de Elba Ramalho. Com mais de 60 canções gravadas por outros artistas, entre eles: MPB 4, Lenini, Zé Ramalho, Elba Ramalho, Jorge Vercillo e a artista internacional Dionne Warwick, Bráulio ainda continua na ativa e se alguém gostaria de ter um contato maior com esse grande poeta é só visitar seu blog, página que ele atualiza diariamente, o Mundo Fantasmo.

As músicas disponíveis nesse Balaio Musical são: Mr. Tambourine Man, aliás essa contem o áudio da prévia da música, ao vivo, onde ele conversa e explica ao público como se deu a inspiração para tal música; Hipopótamo e Balada do andarilho Ramón.


segunda-feira, 21 de julho de 2014

O velório das flores...



Vi o fantasma da seca 
Ser transportado, numa rede 
Vi o açude secando 
Com três rachões na parede 
E as abelhas no velório 
Da flor que morreu de sede. 

(Poeta João Paraibano)

Falando musicalmente...



"E de uma coisa fique certa, amor: a porta vai estar sempre aberta, amor. O meu olhar vai dá uma festa, amor, na hora que você voltar..." 

(Accioly Neto)

Maria Bethânia - Texto e Canção

A Videoteca Melodias da Alma traz para vocês mais uma raridade. Desta vez, conosco, Maria Bethânia, no ano de 1982, canta e recita da forma mais sublime como só ela consegue. Uma das vozes mais bonitas da música brasileira recita o texto de Fauzi Arap e logo após, canta e encanta-nos de forma magistral a música "Um jeito estúpido de te amar", composição de Isolda e Milton Carlos. Sem querer me prolongar, deixo vocês com a poesia musical de Maria Bethânia:

Música: Um jeito estúpido de te amar
Autores: Isolda e Milton Carlos

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Pressa nossa de cada dia



Ultimamente a pressa não tem sido somente inimiga da perfeição, mas também nossa inimiga. Analisando nosso mundo moderno, podemos observar que as pessoas têm pressa para tudo. Esse é o jeito moderno de viver, onde não há espaços para a paciência. Vejo o transito mais rápido, perigoso, as pessoas correm, não possuem mais tempo para nada. Aliás, essa é uma frase batida e repetida aos quatro cantos, “eu não tenho mais tempo para nada”, talvez seja essa falta de tempo que não permita a reflexão sobre esse modo de vida.

Em toda essa pressa, será que ainda sobra tempo para a música? Acredito que as músicas atuais seguem esse modelo apressado. Quando analisamos que não se há tempo para pensar e refletir, o melhor é sentir aquele prazer intenso e rápido. Os sucessos são passageiros, efêmeros, sem muito apego por parte de quem os escutam. Eis que a arte imita a vida, como sempre. E assim, as pessoas vão se dando por satisfeitas tanto em relação às suas vidas, como em relação às músicas que elas escutam.

As músicas sem qualidade estética e poética têm prazo de validade e são poucas as músicas que marcam para sempre, aquelas que ultrapassam a barreira dos anos sobrevivendo a tudo e todos. Estudos apontam diversos motivos para que essa efemeridade e eternidade de certas músicas ocorram. Um desses motivos é a cultura de quem os escuta, assim, há públicos que eternizam e se satisfazem com suas amadas canções e outros que pedem um sucesso atrás do outro, para se satisfazer. A formação dessas culturas já é algo que pode ser explicado, mas que tal explicação é um pouco mais complexa.  

Em meio a toda essa pressa, vale uma pausa, uma reflexão, uma boa conversa e um repensar sobre nossos valores. Isso não deve ser levado em conta somente nos “happyhours” da vida. Precisamos de mais tempo para nós, como também para o outro. A mudança individual nos levará a uma mudança coletiva. Vale lembrar que a pressa desmedida nos faz perder tempo tão quando a lentidão. Não faço apologia a preguiça e o desinteresse. Apoio um equilíbrio na vida, baseado em um pensamento do mundo que diz: "Eu tenho todo o tempo do mundo, se você não tem apresse-se". Por fim vale uma pergunta: para onde vai com tanta pressa?     

sábado, 12 de julho de 2014

Musicoterapia organizacional e música funcional



Há algum tempo comecei a estudar e me dedicar sobre um novo conceito que vem surgindo na musicoterapia e nas organizações em geral. Falo sobre a musicoterapia organizacional. Neste humilde blog, eu já escrevi um artigo sobre o que é a musicoterapia, para quem não lembra clique aqui e conhecerá sobre essa nova e bonita ciência transdisciplinar que utiliza a música para o nosso bem estar. Dessa vez, com o auxílio da musicoterapia venho desmistificar a diferença entre o som ambiente, executado em qualquer lugar que seja, e a música funcional, geralmente utilizadas em empresas.

A música ambiente é aquela que escutamos ao varrer a casa, preparar o almoço, acessar a internet, entre várias outras tarefas. Nós gostamos de ligar o som, preparar uma playlist, ou ligar o rádio e escutar tudo que passa ali de uma maneira despretensiosa e pessoal, sem nenhum estudo prévio da nossa identidade sonora e situação psicológica. A música ambiente, apesar de poder nos trazer saudáveis benefícios, não possui essa obrigação. Estamos realizando nossa tarefa principal e escutando música de fundo, simplesmente.  Por isso muitas empresas vêm pecando ao utilizar a música ambiente ao invés da música funcional ou musicoterapia organizacional.

A música funcional é aquela utilizada com objetivos extramusicais, que possui efeitos psicofisiológicos sobre aqueles que escutam a música. Ela é utilizada em empresas como uma das aplicações da musicoterapia organizacional. A musicoterapia organizacional é a utilização dos sons, da música e seus elementos visando o bem estar e saúde dos trabalhadores. Mas para que realmente exista a musicoterapia organizacional é necessário um estudo prévio sobre todos os funcionários que irão sofrer a aplicação, um estudo sobre o local em que irá ocorrer a intervenção, entre outros fatores que irão exigir a presença de uma especialista na área de musicoterapia.

Atualmente, poucas empresas dão a devida importância para a música funcional e a musicoterapia organizacional, talvez pelo despreparo ou por causa do desconhecimento sobre o assunto. Em todo supermercado ou grande loja que entramos e passamos nossos poucos minutos lá dentro, podemos escutar o som ambiente que ali é executado. Às vezes, nem nós gostamos daquelas músicas que são tocadas e algumas vezes até repetidas. Se nós, que não passamos o dia nesses locais, temos nosso psicológico e físico abalados muitas vezes, imagine as pessoas que ali trabalham.


Nesse mundo organizacional que busca incentivar o consumismo a toda hora, que faz de tudo para agradar o cliente, esquecendo os seus colaboradores, deveria parar para pensar mais sobre a musicoterapia organizacional. Através dela se pode, sim, chegar a um consenso musical para que a música tocada seja útil e um benefício para todos que frequentam tal ambiente de trabalho. Até porque, aquela música ambiente é boa para aquele que seleciona, para os outros já não se sabe.

Obs.: Se você quer conhecer de forma mais aprofundada sobre musicoterapia organizacional leia um trabalho que publiquei recentemente no Encontro Nacional de Administradores e Acadêmicos de Administração, clicando aqui.

terça-feira, 8 de julho de 2014

Visitei uma casa abandonada...



Visitei uma casa abandonada 
Cujos donos já eram falecidos 
Os flechais já estavam carcomidos 
Os tijolos, partidos na calçada 
Na cozinha a parede enfumaçada 
Pela tisne das trempes do fogão 
Os rachões no cimento pelo chão 
Uma ripa quebrada, a linha torta 
Uma porta entreaberta e entre a porta 
Vi sinais de tristeza e solidão. 

(Poeta Dió Mariano)

Falando musicalmente...



"Traga-me um copo d'água, tenho sede e essa sede pode me matar! Minha garganta pede um pouco d'água e os meus olhos pedem teu olhar." 

(Dominguinhos e Gilberto Gil)

Nos bailes da vida - Milton Nascimento

Desde os seus dois anos de idade Milton já se mostrava para a música, quando brincava com o piano da sua avó. Seu primeiro instrumento foi uma sanfona de dois baixos, ainda na infância. O músico mineiro, do clube, da esquina, nos fascina. Uma vez, Elis Regina disse que se Deus tivesse voz, ele teria a voz de Milton Nascimento, eu acredito totalmente nessa teoria. Nesse vídeo, Milton canta uma de suas bolas canções, onde nesta é retratada a vida de todos os cancioneiros que vivem da noite, no difícil trabalho de ganhar dinheiro com música.

Música: Bailes da vida
Autor: Milton Nascimento  


terça-feira, 1 de julho de 2014

Deus é tudo...



Deus é luz, eu sou a treva 
Deus salva e eu não socorro 
Deus não morre, mas eu morro 
E o preto caixão me leva
Deus é pai de Adão e Eva 
Nossa família sagrada 
E eu sou pai de outra ninhada 
Galego, preto e moreno 
Deus é grande, eu sou pequeno 
Deus é tudo e eu não sou nada. 

(Ivanildo Vila nova)

Falando musicalmente...


 "Sorri! Vai mentindo a tua dor e ao notar que tu sorris todo mundo irá supor que és feliz..." 

(Djavan)

Sorri - Djavan

A videoteca melodias da alma está de volta. Como sempre trazendo raridades como essa de Djavan cantando a versão brasileira da música Smile. Está música foi composta por Charles Chaplin para ser tema do seu último filme: Tempos Modernos. Inicialmente a música não tinha nome e letra, que foram adicionadas depois por John Turner e Geoffrey Parsons em 1954. A versão brasileira da música foi feita um ano depois, em 1955, pelo tão querido Carlos Alberto Ferreira Braga, o João de Barro ou Braguinha. Apesar de ter sido gravada aqui no Brasil na voz de Jorge Goulart, a gravação mais conhecida é a de Djavan que por sua vez colocou a música "Sorri" no seu álbum de 1996, Malasia. 

A música traz uma linda mensagem em que diz que apesar de todo o sofrimento as coisas ficarão melhores se sorrirmos.

Música: Smile (Charles Chaplin)
Letra: John Turner e Geoffrey Parsons/ Braguinha