sábado, 30 de agosto de 2014

Falando musicalmente...



"Solidão de manhã, poeira tomando assento, rajada de vento, som de assombração, coração sangrando toda palavra sã."

(Açai - Djavan)

Águas de março - Elis Regina

Elis Regina Carvalho Costa nasceu em Porto Alegre em 17 de março de 1945 foi uma cantora brasileira conhecida por sua presença de palco, sua voz e sua personalidade. Com os sucessos de Falso Brilhante e transversal do Tempo, ela inovou os espetáculos musicais no país e era capaz de demonstrar emoções tão contrárias, como a melancolia e a felicidade, numa mesma apresentação ou numa mesma música. 

Como muitos outros artistas do Brasil, Elis surgiu dos festivais de música na década de 1960 e mostrava interesse em desenvolver seu talento através de apresentações dramáticas. Seu estilo era altamente influenciado pelos cantores do rádio, especialmente Ângela Maria, e a fez ser a grande revelação do festival da TV Excelsiorr em 1965, quando cantou "Vinicius de Moraes e Edu Lobo. Tal feito lhe conferiu o título de primeira estrela da canção popular brasileira na era da TV. Rio Grande Enquanto outras cantoras contemporâneas como Maria Bethania haviam se especializado e surgido em teatros, ela deu preferência aos rádios e televisões. Seus primeiros discos, iniciando com Viva Brotolândia em 1961, refletem o momento em que transferiu-se do Rio Grande do Sul ao Rio de Janeiro, e que teve exigências de mercado e mídia. Transferindo-se para São Paulo em 1964, onde ficaria até sua morte, logrou sucesso com os espetáculos do Fino da Bossa e encontrou uma cidade efervescente onde conseguiria realizar seus planos artísticos. Em 1967, casou-se com Ronaldo Bôscoli, diretor do Fino da Bossa, e ambos tiveram João Marcelo Bôscoli. Apelidada por Vinicius de Moraes como "A pimentinha" segue uma grande interpretação de àguas de Março.



sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Seca no sertão - João Paraibano



Já nos versos da seca a gente vê 
A poeira da terra levantando 
As abelhas sedentas doidejando 
Por não ter flor aberta no ipê 
As feridas que tem no massapê 
Só parecem pegadas do verão 
Onde tinha a corneta do carão 
Hoje resta a cigarra assobiando 
A coivara da seca esta queimando 
Quase toda esperança do sertão. 

(Poeta João Paraibano)

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Aos primeiros sinais da invernada...



Aos primeiros sinais da invernada, 
Logo após longo tempo de estiagem, 
Lá da serra, do vale e da barragem 
Escutamos os sons da trovoada. 
Vislumbrando a campina esverdeada, 
Sertanejo se anima igual criança. 
Logo mais, quando o mato se balança 
E um corisco atravessa o céu nublado, 
Cai a chuva no colo do roçado, 
Germinando o pendão da esperança. 

(Marcos Passos)

Falando musicalmente...


"Andar com fé eu vou, que a fé não costuma faiá,  que a fé tá na mulher, a fé tá na cobra coral, num pedaço de pão. A fé tá na maré, na lâmina de um punhal, na luz, na escuridão."

(Gilberto Gil)

Serventia - Carlos Fernando Cunha

Carioca de nascimento, Carlos Fernando Cunha começou a dar os primeiros passos na música quando passou a participar, em 1990, do Núcleo de Folclore e Cultura Popular da UERJ. Ali desenvolveu as primeiras batidas nos instrumentos percussivos do samba e acabou conhecendo de perto a Unidos de Vila Isabel. Em 1996 fez seu primeiro desfile na Bateria da Vila e nunca mais parou. 

O samba tomou conta do ex-adolescente cantor de rock nacional dos anos 80 e fã do Led Zeppelin. Ainda no Rio de Janeiro formou seu primeiro grupo de samba, o Epistemologia do Ritmo, que chegou a se apresentar em algumas casas da Lapa, em especial, no Bar Semente. Em 1998 assumiu o cargo de professor na UFJF e passou a residir na “Princesa de Minas”, a partir de 2001. Em 2010, Carlos Fernando teve o projeto de seu CD aprovado pela Lei Murilo Mendes (Funalfa/PMJF). "O "Zeroquarenta" foi lançado em Juiz de Fora, em novembro, no Teatro Pró-Música (Juiz de Fora) e reúne treze faixas autorais.

Fonte


quarta-feira, 13 de agosto de 2014

A existência do inexistente



O que não existe pode ser mistério, pode ser supervalorizado, desvalorizado ou até mesmo ignorado. Fato é que aquilo que ainda é inexistente nos move de certa maneira. Em uma dessas tardes de pensamentos que voam além da conta, pensamos aquilo que nunca tínhamos pensado antes e logo essa nova ideia nos intriga. Isso acontece, pois quando descobrimos o novo, quase sempre ficamos fascinados por ele, afinal, o novo nos empurra para frente e nos faz caminhar sempre.

O novo surge do inexistente e geralmente nos apegamos a ele, vide quando escutamos uma nova música. Ela antes não existia, mas agora que a conhecemos nos apegamos a ela, muitas vezes esquecendo um pouco o nosso ex-apego que agora se torna antigo. O mesmo ocorrerá com esse novo que acabou de surgir, basta outra novidade aparecer, e assim segue a vida. Nesses pensamentos filosóficos em que muitas vezes nos prendemos, liberamos a nossa imaginação, fazendo com que ela trabalhe mais um pouco. Eis a democracia do pensamento próprio, então é quando chego a me deparar com a questão: e se o que existe não existisse? Ainda vou mais além: o que não existe e me faz falta?

Quando penso isso, reflito de uma maneira generalizada, sem especificar o que. Pode ser sobre uma pessoa, uma música, bens materiais, tecnologias, etc. Chega a ser estranho pensar que algo que existia há pouco tempo, hoje não existe e isso me faz falta. Assim como imaginar que o que não existe pode passar a existir e mudar toda a minha vida. São nos detalhes da vida que se mostram os valores.

A lição que fica desses pensamentos é o de que devemos valorizar aquilo que existe, além de não parar de buscar o inexistente, pois o novo nos faz caminhar. O existente não deve ser tratado como desprezo e indiferença, nem também ser chamado de velho, pois é com ele que aprendemos todos os dias, dependemos dele para gerar o novo. Na busca por essa novidade é válido saber que ela pode não existir como pensávamos, ou nem mesmo existir, afinal, o novo é desconhecido, e como tudo aquilo que não conhecemos devemos nos envolver cuidadosamente com ele. 

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Num cemitério do mundo...



Num cemitério do mundo 
Um guri dorme ao relento 
Seu sono faz esquecer 
Sua vida de tormento 
Faminto, procura abrigo 
Repousa num colo amigo 
Mesmo sendo de cimento. 

(Poeta - Hélio Crisanto)

Falando musicalmente...


"De repente você põe a mão por dentro e arranca o mal pela raiz... Você sabe como me fazer feliz!" 

(Alma Gêmea - peninha)

Trocando em miúdos - Zezé Motta

A Videoteca Melodias da Alma, traz para você a performance multi-artística de Zezé Motta. Zezé frequentou escolas de teatro do tablado estreando, em 1967, um papel de 'Roda Viva' de Chico Buarque. A  sensacional atriz Zezé Motta iniciou sua carreira na música como cantora em São Paulo, em 1971. Gravou três discos entre 1975 e 79, mais três nos anos 1980. Seguiu gravando pelas décadas seguintes - em 2011, foi o CD Negra Melodia. Além de ser uma atriz completa, que canta, dança, faz humor e drama, tudo com alta competência, Zezé é cidadã e participa de discussões sobre a presença dos negros na dramaturgia e na sociedade brasileiras. Agora acompanhada pelo violão clássico de Joan Barros, em uma interpretação para ver e ouvir, ela canta/encena "Trocando em Miudos" de Francis Hime e Chico Buarque!

Música: Trocando em miúdos
Autores: Francis Hime e Chico Buarque





quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Balaio musical - Ruy Maurity



Nosso compromisso com esse blog é levar cultura e possibilitar um canal onde poderemos divulgar algumas raridades poéticas e musicais da nossa riquíssima cultura brasileira. Hoje, trazemos para você uma música do cantor Ruy Maurity que foi sucesso nos anos 70.

A música Serafim e seus filhos, foi a faixa 7 do disco "Em busca do ouro", lançado em 1971. Ela foi uma das músicas de maior sucesso do cantor, que depois ainda teve algumas outras músicas como tema de novelas.

O áudio está disponível para download, então bom proveito!



segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Pílula musical



Sabe aqueles momentos em que você precisa de uma música como se precisasse de um remédio? É nessas horas que percebemos que realmente a música nos oferece efeitos profiláticos e que pode nos ajudar a curar todos os males. O nosso arquivo musical pode ser facilmente comparado a uma estante de uma farmácia, onde o farmacêutico não passa de nós mesmos. Somos nós que sabemos qual o remédio ideal para muitos momentos, somos nós que decidimos ingeri-lo, assim como sabemos em quantas doses iremos fazer isso.

Também seria correto dizer que muitas pessoas algumas vezes exageram na dose, apesar de nós sermos os farmacêuticos, vale lembrar que não temos tal diploma médico-musical, o que acarreta, muitas vezes, uma super dosagem que nos leva a uma quase overdose musical. Essa overdose é muito perigosa, ela é uma das causas que nos leva ao limite dos sentimentos, onde perdemos o controle sobre nós mesmos. Então, cuidado, esse remédio é capaz de nos levar ao céu e ao inferno e, como todos os outros, pode nos oferecer efeitos benéficos e maléficos.

Bom, o mais interessante da música é que apesar de influenciar e estimular efeitos físicos e químicos no nosso corpo, além de efeitos morais, ela não apresenta uma fórmula definida e padrão para todos os tipos de doenças. O que há é uma relação indefinida entre o eu, minha identidade sonora e a situação em que me encontro. A música como medicamento é o perfeito encontro da ciência com a emoção. Um contraditório, onde todo paradoxo é válido e não poderá ser contestado.  

Se você estiver precisando de uma pílula musical, use-a. O seu efeito costuma ser instantâneo, em algumas ocasiões ele vai ser rápido, então você terá de engolir outra pílula, não há uma posologia definida. É bom lembrar que para esse tipo de medicamento ainda não existe bula, então nem eu que escrevo esse texto posso me responsabilizar por nada. É uma relação entre você e a música. Eu espero que ao término do tratamento, você esteja bem melhor, e é bom lembrar que as músicas utilizadas durante o tratamento, ganharão um significado, uma importância a mais que antes não existia. A música é tão especial que quando usada como um remédio, você se apaixona por ele.