quarta-feira, 29 de abril de 2015

Seleção de poemas (Parte 1) - Madja Fernandes



Nosso quadro "Retalhos poéticos", mais uma vez, publica, com orgulho, a poesia da dix-septiense Madja Fernandes. Poetisa da nova geração potiguar, Madja utiliza-se das palavras para o expressar o inexpressável, traduzindo sentimentos sem perdas.

Essa nova seleção de poemas será dividida em duas partes. A segunda parte será divulgada amanhã. 


Onda 

A vida é intensa como uma onda.
A vida é imersa como uma onda.
A vida é supérflua como uma onda.
A vida balança como uma onda.

Tem dias que pareço uma onda.
Fico nesse balanço supérfluo e imerso.
Horas mansa, noutras agressiva.
Vista de longe, bela.
Às vezes posso machucar.

Fique com a beleza e o encanto
apenas do visto, nunca do sentido.
Porque hoje eu sou essa onda.

Mistério 

Se o mistério do teu encanto
não fosse tanto
talvez eu ficasse com o canto
ao invés do pranto...

o pouso veio tão sorrateiro
nem sei bem como começou.
Só sei que traiu os meus ideais.
Ora, vejam só que besteira.

Falo de amor,
esqueça...
Isso foi apenas um devaneio.

Cotidiano da alma 

O desconhecimento da alma
Entre os muros de pedras.
Almas atentas, almas loucas, almas desconhecidas.
Manhãs preguiçosas.
Semanas exaustivas.

Estamos entre o torpor.
Cotidiano. Vida. Enigma.
Com os passos convictos.
Temos que alcançar nossos sonhos.
Sussurros de bom dia.
Trânsito confuso.

 Somos dominados pela fome do conhecimento.

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Ed Motta e o problema linguístico



Eu sou fã de Ed Motta, musicalmente falando. Sempre falei muito bem sobre seus dons e sua muito bem desenvolvida musicalidade. Mas o assunto que quero abordar aqui não é esse. Infelizmente, fora do campo musical, Ed já se mostrou muitas vezes como preconceituoso, falando algumas bobagens em relação até mesmo à música brasileira. No último episódio, talvez o mais famoso, Ed Motta falou mal dos brasileiros - como povo -, e ainda por cima, tocou num ponto crucial no qual atinge a nação como um todo: a nossa língua.

Com uma declaração carregada de preconceito linguístico, Ed Motta disparou que não usaria a língua portuguesa no seu show, que seria realizado fora do Brasil. Em substituição, utilizaria a língua inglesa. "O mundo inteiro fala inglês, não é possível que o imigrante brasileiro não saiba um básico de inglês. A divulgação da gravadora, dos promotores é maciça no mundo Europeu, e não na comunidade brasileira", afirmou.

A partir dessa declaração podemos fazer algumas análises. Uma delas é sobre a veracidade dessa afirmação. Costumeiramente, se tem uma senso comum gigantesco sobre o problema linguístico vivido em nosso mundo. As pesquisas indicam que a língua mais falada no mundo é o mandarim (chinês), em segundo lugar aparece o hindi (falada na Índia), então, na terceira posição, aparece o inglês.

Tida como língua mundial, muitos se arriscam a dizer que dominam o idioma inglês, mas essas mesmas pessoas quando colocadas em uma situação em que se necessita do idioma, problemas de comunicação aparecem nitidamente. Dominar um certo idioma tal como os nativos é trabalho para muitos anos. Então, se torna imprecisa a afirmação de que o mundo inteiro fala inglês.

Outra parte que pode ser facilmente rebatida - desprezada - é a que ele se mostra surpreendido se "o imigrante brasileiro" não souber o básico de inglês. Sobre isso, o que pode ser dito é uma declaração inconsistente. Depende de onde o brasileiro esteja morando. Se esse imigrante não mora num país que fala e não tem o inglês como língua oficial, ele teria que saber o básico de inglês por quê?

A desigualdade linguística é um mal que se disfarça. Em meio a tantos problemas, ela é deixada de lado até mesmo por pessoas que lutam pela diminuição das desigualdades sociais. A língua é, sim, um problema social e deve ser encarado. No nosso mundo atual, vivemos obrigados a dominar o inglês, uma vez que todo discurso mercadológico aponta que somente eu não o falo.

Mas essa polêmica de Ed Motta me fez despertar a atenção para um paradoxo ocorrente no Brasil. Depois dessa afirmação, muitos se mostraram defensores da língua materna e até mesmo contra uma desigualdade linguística. Por outro lado, muitos desses que criticaram, iriam, à noite ou no final de semana, para um cursinho de inglês.

Derivando-se dessa polêmica, apareceu uma matéria no globo na qual muitos artistas tomaram posição sobre esse fato. Foi outro desastre. O cantor Edu Falaschi, da banda Almah, afirmou que já enfrentou problemas parecidos, num show no Japão, quando um fã brasileiro reclamou da língua usada por ele. Diante desse problema, ele afirma que agiu da seguinte forma: "Eu dei risada e respondi em tom de brincadeira e em português: 'E aí, cara, tudo bem? Na real aqui é Japão, você tá viajando!'. Ele sorriu e continuei o show todo falando em inglês. Acho indelicado com o público local ficar falando em português com uma minoria de dez num show com 2 mil japoneses".

Lendo essa reportagem, eu fiquei confuso. Por um momento, achei que ele estivesse fazendo um show na Inglaterra, nos EUA ou em outro país anglófono. Mas não, era no Japão. Até onde sei, o Japão não tem o inglês como língua oficial. Daqueles "2 mil japoneses" quantos realmente falam e dominam o inglês?

Bom, respeito quem quer aprender ou quem quer usar o inglês, ou qualquer outra língua estrangeira, no profissional, como e quando quiser. O que não podemos aceitar é a imposição dessas outras línguas e nem o preconceito linguístico.

O imperialismo linguístico está aí pra quem quiser ver. Ele anda escondido, camuflado, mas ao nosso lado. Afirmo ser tão possível enxergá-lo quanto eliminá-lo. Como? Isso é razão para um outro artigo que postarei em breve. 

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Um pedinte sentado com a mão estirada...



Um pedinte, sentado, com a mão 
Estirada, pedindo caridade 
É uma cena que mexe, na verdade 
Com o homem que tem bom coração. 
Vendo a fome no olho do cristão 
Se comove, pedindo ao Criador 
Que transforme essa fome e essa dor 
Numa forma de vida mais correta 
Quem oferta uma flor não se liberta 
Do perfume da rosa que ofertou. 

(Poetisa-Veronica Sobral de Itabira-PE)

Falando musicalmente...



Tem que lutar, não se abater, só se entregar a quem te merecer! Não estou dando nem vendendo como o ditado diz. o meu desejo é pra te ver feliz.
(Conselho - Almir Guineto)

Milton Nascimento - Caçador de mim

Milton do Nascimento nasceu no Rio de Janeiro em , 26 de outubro de 1942, apelidado "Bituca", é um cantor e compositor brasileiro, reconhecido mundialmente como um dos mais influentes e talentosos cantores e compositores da Música Popular Brasileira. Mineiro de coração, tornou-se conhecido nacionalmente, quando a canção "Travessia", composta por ele e Fernando Brant, ocupou a segunda posição no Festival Internacional da Canção, de 1967. Tem como parceiros e músicos que regravaram suas canções, nomes como: Wayne Shorter, Pat Metheny, Björk, Peter Gabriel, Sarah Vaughan, Chico Buarque, Gal Costa, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Fafá de Belém e Elis Regina. 

Já recebeu 5 prêmios Grammy. Em 1998, ganhou o Grammy de Best World Music Album in 1997. Milton já se apresentou na América do Sul, América do Norte, Europa, Ásia e África. O estilo musical de Milton pode ser classificado como Música Popular Brasileira, surgido de um desdobramento do movimento da bossa nova, com fortes influências desta, do jazz, do jazz-rock e de grandes expoentes do rock, como os Beatles, Bob Dylan e com pitadas tanto da música hispano-americana de Mercedes Sosa, Violeta Parra e Victor Jara, quanto dos sons caribenhos de Pablo Milanes e Silvio Rodríguez. Ao mesmo tempo, o estilo de Milton Nascimento não deixa de beber nas fontes regionais brasileiras, nos cantos folclóricos de Minas Gerais e de outros estados. 

No programa Sr, Brasil (TV Cultura), Milton com sua voz magnifica interpreta a belíssima canção "Caçador de Mim" - letra de Sergio Magrão e Luiz Carlos Sá - precedido por um lindo texto recitado pelo grande Rolando Boldrin, de autoria de Mauricio Tapajós e Cacaso. Algo fascinante e espetacular!




quarta-feira, 15 de abril de 2015

O destino de cada criatura é traçado no ventre maternal



Quando o óvulo fecundo acelerado, 
Gira o sangue com toda hemoglobina, 
Nisso a mãe necessita proteína 
Para dar a seu filho encarcerado 
Onde todo o destino foi marcado 
Logo após o contato conjugal 
Na primeira carícia sensual; 
O espírito na carne se mistura, 
O destino de cada criatura 
É traçado no ventre maternal. 

(Poeta - Oliveira de Panelas)

Falando musicalmente...


Ainda ontem, pela praia, alguma coisa me lembrou você. E veio a noite, namorados se encontrando, e eu estava só.

(Pingos de Amor - Paulo Diniz)

Beth Carvelho - O meu guri

Elizabeth Santos Leal de Carvalho mais conhecida como Beth Carvalho nasceu no Rio de Janeiro, no dia 5 de maio de 1946. Filha de João Francisco Leal de Carvalho e Maria Nair Santos Leal de Carvalho, e irmã de Vania Santos Leal de Carvalho. Seu contato com a música foi incentivado pela família, ainda na infância. Em 1964, seu pai foi cassado pelo golpe militar por ter pensamentos de esquerda. Para segurar a barra pesada que sua família enfrentou durante a ditadura, Beth passou a dar aulas de violão para 40 alunos. 

Em 1965, gravou o seu primeiro compacto simples, com a música “Por quem morreu de amor”, de Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli. Em 66, já envolvida com o samba, participou do show “A Hora e a Vez do Samba”, ao lado de Nelson Sargento e Noca da Portela. A partir de 1973, passou a lançar um disco por ano, emplacando vários sucessos, como “1.800 Colinas”, “Saco de Feijão”, “Olho por Olho”, “Coisinha do Pai”, “Firme e Forte” e “Vou Festejar”. Beth Carvalho é reconhecida por resgatar e revelar músicos e compositores do samba. Buscou Nelson Cavaquinho para a gravação de “Folhas Secas”, em 1973, e três anos depois fez o mesmo com Cartola, ao lançar “As Rosas Não Falam”, em 1976. 

Beth Carvalho tem atualmente 49 anos de carreira e uma discografia de 33 discos e 4 DVDs. Com “Beth Carvalho Ao Vivo no Parque Madureira”, passa a ter 34 discos e 5 DVDs lançados. A cantora já recebeu seis Prêmios Sharp, 17 Discos de Ouro, nove de Platina, um DVD de Platina, além de centenas de troféus e premiações. 

Nesse vídeo, a eterna madrinha do samba interpreta - de Chico Buarque de Holanda - "O meu Guri". Fantástico! Uma obra prima!



sábado, 11 de abril de 2015

Queria estar com você agora



Eu queria estar com você agora. Tenho a sensação que há uma força que age inexoravelmente a favor de nós. Até na indiferença temos semelhanças, consegue perceber isso? Com você eu me sinto seguro porque até distante nos seguramos. Nunca soltamos as mãos. Amorosamente nos distanciamos, mas invisivelmente nos relacionamos. 

Eu não entendo... Tantas pessoas passam por mim diariamente, tantas têm contato comigo, tantas pessoas que eu nunca vi, mas faz tanto tempo que não te vejo. Eu estou louco para te encontrar, para te beijar e para conversar. As nossas conversas são as melhores do mundo. Os nossos gostos nem sempre são iguais, mas, quando não são, os tornamos iguais porque o consenso é parte natural da nossa relação. 

Está com saudade de mim? Eu estou morrendo de saudade de você. Como nos desencontramos durante a nossa vida... O engraçado é que até nos desencontros nós nos encontramos. Deve ser a vida nos ajudando, nos empurrando para contatos forçados e olhares trocados. É que quando trocamos olhares, nos beijamos e nos amamos mesmo que de forma incompleta. Mas até quando? 

Mesmo com toda essa força, posso reclamar da vida. Eu exijo dela sempre o melhor, talvez para não exigir de mim, ou de você. Ninguém se sente confortável exigindo de si e não quero exigir nada de ti  – tudo entre nós flui naturalmente –, então exijo da vida. Ela está demorando demais para consumar esse fato. Nada que não seja compreensível. Até porque se não há defeito em nós, algo haveria de ter defeito, então o deixe para a vida. 

Não temos mais contatos, apesar de relação. Não temos mais confidências, apesar de vontades. Que não nos falte vida e oportunidade, pois amor, com certeza, nunca nos faltará.

terça-feira, 7 de abril de 2015

A globalização parcial e os esteriótipos culturais




No Japão todos usam kimono, são super inteligentes e trabalhadores. Na Alemanha todos são politizados e rudes. Nos Estados Unidos existem somente capitalistas, consumistas, anti-cubanos e imperialistas. Esses são apenas alguns esteriótipos culturais que perduram no tempo, presos nas mais variadas barreiras que encontramos quando pensamos em conhecer a cultura do outro.  

Eu sempre fui muito curioso por saber o que pensa um japonês sobre a questão do aborto. Ou o que pensa um iraniano sobre o feminismo. O mais interessante disso tudo é que - não vou negar - eu me cobria de preconceitos quando imaginava tais questões. Só depois, fui descobrir que esteriótipos culturais não são meros exageros ou um belo conceito para ser usado numa roda de amigos para defender um ponto de vista etnocêntrico.

Há dois anos atrás, pude perceber a existência de uma barreira cultural altíssima entre os povos: a língua. Nesse mundo globalizado, interligado, conectado na internet, a língua se monstra como o principal empecilho na comunicação internacional. Uma vez quebrada essa barreira, eu poderia me comunicar com o mundo e trocar ideias e pensamentos com povos de culturas variadas. Assim fiz.

Depois que aprendi Esperanto - em breve postarei um artigo sobre essa língua internacional - e fiz amizades em todo o mundo, vários preconceitos que eu tinha foram quebrados. Sobre as minhas dúvidas explicitadas no início do texto, eu já cheguei a fazê-las diretamente a amigos que me responderam sem problema algum. Inclusive, hoje tenho uma amigo iraniano feminista com quem sempre que posso troco opiniões.

Através do não conhecimento da pluralidade cultural do nosso mundo, se percebe que a nossa, tão comentada, globalização é parcial. Na medida em que eu compro um produto chinês com facilidade, eu não tenho a mínima noção do que o povo que fez tal produto pensa sobre ele. Na medida em que se ri do índio porque ele fala "errado", não se procura entender o porquê disso, nem conhecer mais um pouco a cultura e a língua dele, que é tão rica quanto a nossa. Quando elogiam o Japão e pensam que todos lá possuem os mais variados tipos aparelhos tecnológicos em sua casa, nunca procuraram conversar com algum morador de um lugar mais isolado deste país, que detesta esses tipos de inovações tecnológicas.

Não estou aqui apenas para desconstruir pensamentos precedentes ao conhecimento direto de outras culturas. Afirmo que alguns pensamentos antigos meus sobre algumas culturas se confirmaram. Nesses contatos, também me assustei quando me perguntam se no Brasil todo mundo sabia jogar futebol e escutava samba. 

Vivemos um dilema. Nunca estivemos tão conectados e tão afastados uns dos outros. Isso também se aplica ao conhecimento de outras culturas. Por essa razão, é preciso ter a consciência que estamos longe de uma globalização total. Para constatar isso é só buscar conhecer melhor cada cultura que lhe atraia e não há jeito melhor de fazer isso que conhecendo e conversando diretamente com as pessoas que vivem essas culturas.  

sábado, 4 de abril de 2015

Pra que tanta riqueza?



Pra que casa cercada por muralha, 
se a cova é cercada pelo pranto? 
Se pra Deus todos têm do mesmo tanto, 
tanto faz a fortuna ou a migalha. 
Pra que roupa de marca se a mortalha 
não requer estilista na costura, 
se o cadáver que a veste não procura 
nem saber se a costura ficou boa? 
Pra que tanta riqueza, se a pessoa 
nada leva daqui pra sepultura? 

(Poeta - zé Adalberto)

Falando musicalmente...



Depois do terceiro ou quarto copo, tudo que vier eu topo, tudo que vier vem bem. Quando bebo perco o juízo, não me responsabilizo nem por mim, nem por ninguém.

(Paixão - Kleiton e Kleidir)

Coco Muleque - Em canto e poesia

Esse Grupo Musical de nome Em Canto e Poesias de São José do Egito para o Recife, bons ventos soprarão músicas e rimas, irmanadas através dos versos e melodias do grupo Em Canto e Poesia. Eles aportaram na capital pernambucana para o lançamento do seu primeiro CD. Na ocasião, eles gravaram o primeiro DVD ao vivo, que foi lançado em janeiro de 2015. O show contou com várias participações especiais, como Bia Marinho, Lirinha, Tonfil, Anchieta Dali, Vates e Violas, Deco do Trombone, Nuca e Vinícius Sarmento, entre outros. Gestado despretensiosamente, o Em Canto e Poesia tem seu embrião fecundado em 2005, a partir da junção das rimas de Antônio Marinho e do violão de Greg Marinho, irmãos de sangue e de arte. Posteriormente, juntou-se a eles o caçula, Miguel, que assumiu o pandeiro e vocais, a partir de 2009, e, de lá pra cá, vêm encantando todos os públicos por onde passam. Crias de uma dinastia de poetas que vêm passando de pai para filho o dom de encantar o mundo pela cadência das palavras, eles têm na árvore genealógica a motivação maior para endossar a máxima: “Quem sai aos seus não degenera”. São bisnetos de Antônio Marinho, poeta do século XIX, e netos de Lourival Batista, o Louro do Pajeú, figura mítica que marcou história na região. Os três são filhos da cantora e compositora Bia Marinho. Greg, o mais velho, tem como pai o poeta e compositor Lamartine Passos. Já Antônio e Miguel são filhos de Zeto de Pajeú. Portanto, não há como negar que a poesia corre solta nas veias dos três jovens. 

Neste vídeo eles interpretam a música "Coco Muleque". Um verdadeiro passeio pela literatura de cordel cantada, recitada e tocada harmoniosamente. Envolvendo os sentimentos da alma num passeio de uma infância tipicamente nordestina, cheia de brilho e encantamento.