quarta-feira, 13 de agosto de 2014

A existência do inexistente



O que não existe pode ser mistério, pode ser supervalorizado, desvalorizado ou até mesmo ignorado. Fato é que aquilo que ainda é inexistente nos move de certa maneira. Em uma dessas tardes de pensamentos que voam além da conta, pensamos aquilo que nunca tínhamos pensado antes e logo essa nova ideia nos intriga. Isso acontece, pois quando descobrimos o novo, quase sempre ficamos fascinados por ele, afinal, o novo nos empurra para frente e nos faz caminhar sempre.

O novo surge do inexistente e geralmente nos apegamos a ele, vide quando escutamos uma nova música. Ela antes não existia, mas agora que a conhecemos nos apegamos a ela, muitas vezes esquecendo um pouco o nosso ex-apego que agora se torna antigo. O mesmo ocorrerá com esse novo que acabou de surgir, basta outra novidade aparecer, e assim segue a vida. Nesses pensamentos filosóficos em que muitas vezes nos prendemos, liberamos a nossa imaginação, fazendo com que ela trabalhe mais um pouco. Eis a democracia do pensamento próprio, então é quando chego a me deparar com a questão: e se o que existe não existisse? Ainda vou mais além: o que não existe e me faz falta?

Quando penso isso, reflito de uma maneira generalizada, sem especificar o que. Pode ser sobre uma pessoa, uma música, bens materiais, tecnologias, etc. Chega a ser estranho pensar que algo que existia há pouco tempo, hoje não existe e isso me faz falta. Assim como imaginar que o que não existe pode passar a existir e mudar toda a minha vida. São nos detalhes da vida que se mostram os valores.

A lição que fica desses pensamentos é o de que devemos valorizar aquilo que existe, além de não parar de buscar o inexistente, pois o novo nos faz caminhar. O existente não deve ser tratado como desprezo e indiferença, nem também ser chamado de velho, pois é com ele que aprendemos todos os dias, dependemos dele para gerar o novo. Na busca por essa novidade é válido saber que ela pode não existir como pensávamos, ou nem mesmo existir, afinal, o novo é desconhecido, e como tudo aquilo que não conhecemos devemos nos envolver cuidadosamente com ele. 

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