sábado, 13 de setembro de 2014

O violão desafinado



O violão está desafinado, já não se pode tocar como antes, já que está um pouco empenado. Nunca fui dessas pessoas que se preocupam em consertar. Se está quebrado, deixe quebrado até que eu precise disso. Se eu nunca precisar, nunca ajeitarei. Ele continuará ali, quebrado. Assim levo a vida, sem preocupação. Tenho preguiça de se pré ocupar. Na maioria das vezes quero me pré repousar, sem saber quando cansarei disto, nem mesmo se cansarei. Sou contra a dureza da vida apesar de reconhecer que sem ela não há vida, não há moleza. A vida é construída por antônimos, não só por sinônimos. Me perco em toda essa complexidade e me vejo enrolado. O tempo passa, sim, passa, tudo passa menos eu. Eu ficarei até o limite infinito da eternidade. 

Se estou feliz ou triste? Estou feliz! Não se escreve somente quando se está triste. Eu escrevo para conversar. Converso com o leitor, e à distância não posso ouvi-lo. Está gostando do texto? Não escuto a resposta. Não tem coisa melhor que escrever, principalmente em minha situação. Nunca escuto as opiniões alheias, e às vezes é preferível não escutar. Nunca fui poeta, longe disso, nem muito menos escritor, mas acredito que os não-escritores também escrevem, e os não-poetas também amam. Eis um bom argumento contra rótulos e tabelas. Odeio isso tudo. A vida é complexa demais para se aceitar receitas e viver de opiniões tabeladas. Assim sendo, todos estariam cem por cento felizes. Aqui seria o céu.

Penso assim. São meras opiniões que venho trazer-lhe. Opiniões são importantes, salve a dialética. Nada melhor que um bom debate num final de semana para esquecer de todos os problemas da vida e sair dali com a crença que iremos salvar o mundo. E salvamos. Opiniões são como vírus, passam de corpo a corpo, até chegar a mente. Aprendi isso. Aprendi também que nunca se aprende tudo. Não sabemos de nada. Esse é um dos motivos por eu estar divulgando esse meu texto. Ninguém sabe de tudo, logo, se penso certo ou errado, interessantemente ou besteiramente, eu escrevi. Tente o mesmo, terei o maior prazer em ler. Ultimamente é a coisa que mais tenho feito: ler.

Esse é meu presente. Esses são meus pensamentos. Pensamentos construídos e constantemente reformados ao decorrer dos anos. Os moldo de acordo com meus princípios, acreditando agir sempre dentro da moral e da ética mundial. Poderia dizer ética humana, mas ainda não são palavras congruentes. Com o passar do tempo escreverei mais, serei outro homem, é para isso que a vida serve: evolução. Não sou a mesma pessoa de oito anos atrás, hoje, tenho novos conceitos, novos amigos, novos amores. É vida nova a cada dia. O melhor da vida é que ela não anda para trás, é como se fosse uma força suprema e inteligentíssima cujo a certeza é que inexoravelmente tudo terminará bem, mas se deve caminhar para frente. 

Pensando bem... Vou concertar o violão, preciso dele, mas não é por essa causa. Quem sabe esse não é o primeiro passo para se consertar outras coisas na vida, sem pensar em trocas. Consertar por responsabilidade de causa, até porque tudo começa com um violão...

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