terça-feira, 2 de dezembro de 2014

O samba agoniza, mas não morre!




Eternizado pelos botequins, esquinas, palcos e fortes raízes. Hoje é o dia do gênero musical que ainda sofre preconceitos, na atualidade, talvez por ter alma negra, mas que mesmo assim, conseguiu se estabelecer como uma identidade nacional. Vindo das camadas sociais mais baixas e oprimidas, com um batuque de África, com instrumentos de Portugal e com alma brasileira, o samba agoniza, mas não morre, pois alguém sempre te socorre, antes do gemido derradeiro.

O samba é valente, é guerreiro, aprendeu com o tempo a ser forte, se adaptou e evoluiu, mas sem perder a essência. O samba se enraizou no Brasil e seus frutos estão em toda parte do mundo. Impossível falar de Brasil e não lembrar do samba. Mas para chegar onde chegou, ele teve que ser um moleque atrevido, pois nem sempre as coisas foram boas para o gênero de cadência, batuque e harmonia inconfundíveis. 

Seu batucar tem origens na cultura africana. Sua expressão musical vem das religiões africanas e afrodescendentes, que geralmente utilizam tambor e outros instrumentos de percussão em seus rituais. Por essa causa, o samba foi perseguido em seu início de trajetória aqui no Brasil, uma vez que ritos e cerimônias de religiões afrodescendentes eram proibidas. Com isso, o começo do samba foi difícil, mas o tempo passou e o que era proibido e coisa de negro, se tornou o produto genuinamente brasileiro apreciado por todas as classes e admirado por todo o mundo. 

Atravessou e continua atravessando por transformações, algumas até perigosas, mas sempre resistindo. Bossa nova, samba rock, samba canção, samba de breque, pagode, durante todos esses anos, o samba se diversificou, mostrando ser em si mesmo uma arte democrática e sem preconceitos. A sua raiz permanece e permanecerá para sempre, pois viver não é só sambar, mas sambar é viver e se encontrar.

O samba sou eu, o samba é você. O samba é alegria harmonizada. A batucada dos nossos tantãs  e pandeiros somadas ao timbre agudo do cavaquinho e ao grave do violão sete cordas é uma maneira musical de demonstrar uma pontinha do que é ser brasileiro. A existência do samba é para quebrar o gelo do mundo, para agradecer à África e para cantar a liberdade. Ao final deste artigo, endosso o conselho do fundo de quintal: seja sambista também!

Músicas:

(Seja sambista também - Arlindo Cruz e Sombrinha)
(Agoniza mas não morre - Nelson Sargento)

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