terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Carta à Saudade



Onde dói o coração
Rua do passado
Brasil


10 de fevereiro de 2015


Tudo só me leva a ti. Se eu soubesse que essa minha mania de ser saudosista não me levaria a nada além de ti, eu não teria me deixado ludibriar por aqueles momentos tão lindos. Mas tudo foi tão diferente... Eu não sabia que, ao final, iria me tornar refém de alguém tão malvada. A sua cara é de mentirosa, você é cínica e sarcástica. Muito sarcástica.

Eu sei que não sou páreo para você, por isso venho aqui, por meio desta carta, deixar minha indignação diante de suas rudes ações, que eu diria um tanto quanto injustas. 

Além do destino – já escrevi uma carta a ele, semana passada, e nada de retorno – agora me vem você? Acho que estão tramando contra mim. Estão esperando a minha súplica, à todo o custo, tendo em vista a minha impotência de lutar contra o tempo. Por acaso já viu alguém vencer o tempo? 

Sua persistência é injusta diante da minha impotência de domar sentimentos, desejos e projetos alheios. Você não se faz necessária já que minha razão a expulsa. Não entre onde não é bem vinda. E não me venha com respostas prontas, nostalgia é uma coisa, você é outra.

Se tu soubesses como és enjoada, viciante e dolorosa pensaria várias vezes antes de ser saudade. Assim, talvez, tivesse o desejo de se tornar presença.   


Cordialmente,


 Lucas Vinícius.  

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