Não é discurso religioso, não é sermão de blogue, não é um texto de autoajuda. Mas venho refletindo sobre a distância do eu em relação a outrem. Isso muda tudo, isso muda muito. Relações, sentimentos, desejos, tudo muda em relação a essa distância. Há aquele velho ditado que diz: "o que os olhos não veem, o coração não sente". Pois bem, é aí mesmo onde quero chegar.
Para
que meus olhos não vejam, para que meu coração não sinta, uma certa
distância é necessária. Essa distância é fator anulador sobre qualquer
sentimento. Por essa razão, talvez seja tão difícil entender a situação
de quem não conheço. Por isso, também, talvez não seja fácil se colocar
no lugar do outro - já que é preciso manter a distância, blindar-se.
Certa
vez, estava indo para o trabalho e observei uma iguana atravessando a
pista. Essa pista se situa numa região de mata nativa, habitat de muitos
animais silvestres. Aquela iguana não tinha invadido a pista, esta que
teria invadido o habitat natural daquela iguana. Naquele momento, fiquei
com medo que ela não conseguisse chegar ao outro lado. Segui em frente.
Pensei muito sobre aquela iguana. Teria ela conseguido atravessar a
pista? Não! Na volta para casa, observei o local e lá estava ela,
atropelada.
Quem
se importa com aquela iguana? Muito provavelmente nem mesmo o motorista
que a atropelou. Haveria uma distância de todos em relação a ela. Mas
não houve uma distância entre mim e ela. Compadeci-me. Ela foi
totalmente injustiçada!
Que
encurtem as distância para que os olhos vejam e o coração sinta. Assim,
a empatia será maior, a verdade será compreendida e muitas coisas
ajustadas.
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