segunda-feira, 13 de julho de 2015

A distância entre mim e a iguana




Não é discurso religioso, não é sermão de blogue, não é um texto de autoajuda. Mas venho refletindo sobre a distância do eu em relação a outrem. Isso muda tudo, isso muda muito. Relações, sentimentos, desejos, tudo muda em relação a essa distância. Há aquele velho ditado que diz: "o que os olhos não veem, o coração não sente". Pois bem, é aí mesmo onde quero chegar. 

Para que meus olhos não vejam, para que meu coração não sinta, uma certa distância é necessária. Essa distância é fator anulador sobre qualquer sentimento. Por essa razão, talvez seja tão difícil entender a situação de quem não conheço. Por isso, também, talvez não seja fácil se colocar no lugar do outro - já que é preciso manter a distância, blindar-se. 

Certa vez, estava indo para o trabalho e observei uma iguana atravessando a pista. Essa pista se situa numa região de mata nativa, habitat de muitos animais silvestres. Aquela iguana não tinha invadido a pista, esta que teria invadido o habitat natural daquela iguana. Naquele momento, fiquei com medo que ela não conseguisse chegar ao outro lado. Segui em frente. Pensei muito sobre aquela iguana. Teria ela conseguido atravessar a pista? Não! Na volta para casa, observei o local e lá estava ela, atropelada. 

Quem se importa com aquela iguana? Muito provavelmente nem mesmo o motorista que a atropelou. Haveria uma distância de todos em relação a ela. Mas não houve uma distância entre mim e ela. Compadeci-me. Ela foi totalmente injustiçada! 

Que encurtem as distância para que os olhos vejam e o coração sinta. Assim, a empatia será maior, a verdade será compreendida e muitas coisas ajustadas.

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