quinta-feira, 12 de novembro de 2015

A complicada família do tempo.



Para tudo! Eu desisti de ir até o futuro. Ele que venha até mim. Agora, sim! Tudo nos conformes. Agora meu presente está um presente! Está tudo bem. "Futuuuuro"! Grito eu tentando chamar o incerto. Em vão! Ele não escuta ninguém. Nunca escutou. Teimoso que só ele! Afirmo isso, pois há um tempo atrás tentei conversar com ele, e ele nem me deu atenção... Para piorar, mandou-me ir falar com o passado. Vejam só! 

O futuro é birrento, vive de picuinha com seu irmão, o passado. Este também é chato! Passa o dia querendo papo, querendo contar histórias e querendo ser o centro das atenções. "Mas, passado, você não importa mais, quem importa agora sou eu"! Todos os dias, o futuro passa isso na cara do passado. Acha que ele escuta? 

Na última vez, houve uma grande confusão. O presente, o terceiro irmão desta história, brigou feio com o passado. Coisas íntimas, pessoais... É que o passado sabe de tudo e se vangloria por isso. Até penso que ele deveria ter orgulho por ser tão saudoso, mas, por outro lado, é um tanto incoerente. Muitos o abandonam de vez, dessa forma explica-se a raiva do passado. Assim, mostra-se visível o porquê dele colar definitivamente em quem o idolatra. Coisas do passado...

Mas já falei com o presente, já que estamos bem. Pedi para que ele me chamasse o futuro. Mesmo assim, não obtive retorno. Se ele soubesse como estou, com certeza viria até aqui. Mas sabe de uma coisa? Não vou esperá-lo nem chamá-lo, mudei de ideia, vou ao encontro dele. Eu iria levar o presente comigo, para que ele não se tornasse um passado, mas... abandonarei o presente. Creio que este tornar-se-á um bondoso passado. Vou sozinho, até porque esse teimoso futuro deve ter feito tudo isso de propósito, apenas para que quando eu o avistar, ele me diga: "Esperei-lhe todo esse tempo. Venha, que eu guardei um presente maravilhoso para você"!  

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