segunda-feira, 5 de maio de 2014

Educação musical na infância




É na infância onde todos nós temos o primeiro contato com o mundo, é também nessa fase que começamos a ser moldados por nossa família, pela sociedade, pelos usos e costumes do local onde vivemos, entre outros fatores. É nesse período que começamos o processo de nos tornar um ser cultural. Tendo em mente esse pensamento, começa a se pensar a valorização do processo de endoculturação desde a infância.

Este processo vem sendo abordado e incentivado por vários teóricos e pensadores da área musical e cultural, e tem como propósito um movimento de incentivo por uma inserção de uma cultura artística de valor no meio social, buscando potencializar uma cultura mais sensitiva e significativa, e uma “desbanalização” da arte. Analisando por uma ótica cognitivista não há momento mais oportuno para realizar esse processo, que na infância dos sujeitos. Nessa fase somos como papeis em branco na espera por uma caneta que nos dê significados e conteúdos.

A teoria dos sistemas aponta o ser humano como um sistema aberto, nos indicando como seres complexos e que interagimos constantemente conosco e com o mundo externo. Com isso surge uma forte corrente de pensamento que nos leva a pensar que somos produtos do meio. Nossa educação não se limita a uma educação regular que ocorre em um local específico para nos ensinar entre quatro paredes. A nossa formação educacional transpassa a escola, passando pelos nossos amigos, pelos meios de comunicação, pela cultura em que fomos criados, pela nossa família, entre outros infinitos elementos.

Nesse contexto de interação sujeito/mundo, têm grande importância todos os fatores que formam a identidade da criança. O que ocorre na atualidade é um ciclo vicioso onde as crianças não vivem um processo de endoculturação no seio familiar e escolar, durante a sua infância, e termina por não repassá-lo num futuro próximo para seus filhos. Com isso outros problemas começam a surgir, como a alienação cultural e a diminuição do pensamento crítico por parte das pessoas, o que afeta não só a cultura, como também a política e o social.

É válido pensar em uma política cultural democrática e educacional, a qual todos tenham acesso. Todos nós somos sistemas abertos que interagimos com o meio em que vivemos, e se nos tornarmos mais sensibilizados com o outro, nosso meio também se tornará. Nessa eterna interação, se passa e se recebe incessantemente conhecimento, então que selecionemos e repassemos uma cultura de valor para nossas crianças e que com essa cultura elas aprendam a amar mais, que aprendam ser mais humanas. Afinal, sistemas fechados só existem na teoria.       

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