domingo, 4 de maio de 2014

Lazer x trabalho



Raiva é aquele sentimento de revolta, inquietação e desarmonização que ocorre quando sentimos que nosso ego se encontra ameaçado ou ferido. Todos nós estamos dispostos a este sentimento e controlá-lo é difícil. Nos tempos atuais, onde o trabalho nos consome fortemente, a sociedade exige padrões e impõe conceitos, torna-se muito mais freqüente o ato de nos enraivarmos por pouca coisa. Um das razões para que isso ocorra é a divisão nítida entre aquilo que muitos fazem, tendo como uma obrigação (trabalho) e aquilo que chamam de lazer.

O lazer deve ser algo inerente a nossa a vida e não algo que temos um tempo restrito para vivê-lo. Sempre lemos e escutamos jargões do tipo “não se deve viver para trabalhar e sim trabalhar para viver”, mas apenas em afirmar que se trabalha para viver, o trabalho é colocado como um obstáculo a ser superado para que possamos, assim, conseguir viver. Mas o que seria viver? Seria algo separado do trabalho?

Em pleno o século XXI, penso que está na hora de pensarmos a vida como um todo, sem essa separação entre o trabalho e lazer, educação acadêmica e educação social, entre outras dicotomias. Deveríamos interligar o trabalho ao lazer para que assim pudéssemos sorrir mais, sermos mais felizes. Outro jargão que posso citar neste artigo é aquele que afirma “trabalhe com o que gosta e não trabalhe nenhum dia na sua vida”, é um pensamento interessante, desde que você não pense que trabalhando com o que gosta não irá ter problemas ou dificuldades, isso é algo da vida, não se pode evitar.

Uma das formas iniciais para um começo da interseção entre o que seria lazer e o que seria trabalho, é a inserção da música e da arte como elementos presentes na nossa vida não só nos momentos mínimos reservados para irmos ao cinema, ao teatro, a um espetáculo ou a um show musical. Pesquisas apontam que música em ambientes de trabalho é algo benéfico não só para os funcionários, como também para os consumidores, quando essa é utilizada de forma consciente. Esse ato não deixa de ser um agente catalisador de diminuição do estresse e raiva.  

Pequenos atos têm grande relevância, mudam cenários. E é esse cenário de estresse, muitas obrigações e raiva, que deve ser alterado. Devemos escutar mais música para que ela nos ajude a aliviar tensões, devemos pensar trabalho e lazer em uníssono para que não envelheçamos reclamando que passamos grande parte da nossa vida trabalhando em algo que no fim não nos ofereceu uma auto-realização. Fortes paradigmas também podem ser quebrados e se isso for necessário para que sejamos mais felizes, devemos lutar por isso.    

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