Raiva é aquele sentimento de
revolta, inquietação e desarmonização que ocorre quando sentimos que nosso ego
se encontra ameaçado ou ferido. Todos nós estamos dispostos a este sentimento e
controlá-lo é difícil. Nos tempos atuais, onde o trabalho nos consome fortemente,
a sociedade exige padrões e impõe conceitos, torna-se muito mais freqüente o
ato de nos enraivarmos por pouca coisa. Um das razões para que isso ocorra é a divisão
nítida entre aquilo que muitos fazem, tendo como uma obrigação (trabalho) e
aquilo que chamam de lazer.
O lazer deve ser algo inerente a
nossa a vida e não algo que temos um tempo restrito para vivê-lo. Sempre lemos
e escutamos jargões do tipo “não se deve viver para trabalhar e sim trabalhar
para viver”, mas apenas em afirmar que se trabalha para viver, o trabalho é
colocado como um obstáculo a ser superado para que possamos, assim, conseguir
viver. Mas o que seria viver? Seria algo separado do trabalho?
Em pleno o século XXI, penso que
está na hora de pensarmos a vida como um todo, sem essa separação entre o
trabalho e lazer, educação acadêmica e educação social, entre outras dicotomias.
Deveríamos interligar o trabalho ao lazer para que assim pudéssemos sorrir
mais, sermos mais felizes. Outro jargão que posso citar neste artigo é aquele
que afirma “trabalhe com o que gosta e não trabalhe nenhum dia na sua vida”, é
um pensamento interessante, desde que você não pense que trabalhando com o que
gosta não irá ter problemas ou dificuldades, isso é algo da vida, não se pode
evitar.
Uma das formas iniciais para um
começo da interseção entre o que seria lazer e o que seria trabalho, é a inserção
da música e da arte como elementos presentes na nossa vida não só nos momentos mínimos
reservados para irmos ao cinema, ao teatro, a um espetáculo ou a um show
musical. Pesquisas apontam que música em ambientes de trabalho é algo benéfico
não só para os funcionários, como também para os consumidores, quando essa é
utilizada de forma consciente. Esse ato não deixa de ser um agente catalisador de
diminuição do estresse e raiva.
Pequenos atos têm grande
relevância, mudam cenários. E é esse cenário de estresse, muitas obrigações e
raiva, que deve ser alterado. Devemos escutar mais música para que ela nos
ajude a aliviar tensões, devemos pensar trabalho e lazer em uníssono para que
não envelheçamos reclamando que passamos grande parte da nossa vida trabalhando
em algo que no fim não nos ofereceu uma auto-realização. Fortes paradigmas também
podem ser quebrados e se isso for necessário para que sejamos mais felizes,
devemos lutar por isso.

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