Esse Blog tem o imenso prazer em compartilhar poesias nas suas mais variadas formas. Quando a poesia é de alguém do nosso chão esse prazer é multiplicado exponencialmente.
Hoje, no nosso quadro Retalhos poéticos, trazemos a poesia da dix-septiense Madja Fernandes. Aluna do curso de Letras da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), Madja já teve seus poemas publicados no jornal Gazeta do Oeste e merece todos os espaços para demonstrar sua arte.
Poetisa por amor à escrita. Ela afirma que "escrever é vestir a alma com palavras, é renascer junto a cada novo poema, é aplacar a solidão nas noites frias e nos dias vazios, cheios de silêncio e contradições. Escrever é viver. Poetizar é viver. Então concateno as artes e vivo."
Segue, então, uma seleção de quatro poemas para que apreciem a arte da artista potiguar.
O barco da minha vida
O barco que transporta os meus sonhos,
é o mesmo que me faz sonhar...
A correnteza do rio leva-o para perto dos sonhos.
Quando o nível está elevado,
o joga para fora.
Destrói tudo, deixa apenas a esperança.
Quero construir outro barco.
Para poder renovar os sonhos
e não permitir que eles morram.
Juntando os pedaços do que sobrou
percebi que era possível fazer algo maior.
O sonho só aumentou.
Foi árduo reconstruir tudo aquilo.
Cada pedacinho que se juntava
formava algo cada vez mais esplendoroso,
mais forte, resistente a vendavais e trovoadas.
Quando tudo estava pronto, percebi que o meu barco, era eu.
O rio da minha infância
Naquelas margens quando o sol já
apontava descontente, tudo parecia inércia.
A aurora trazia consigo um tipo de renovação.
Tudo parecia mais claro e límpido como as
águas que corria.
O barulho da correnteza dava-lhe uma sensação
de paz para a alma assombrada daquela menina boba,
que já nem sonhava mais,
de tanto apanhar, cansou de insistir.
Parede lilás
Menina, sente-se.
Espere mais um pouco,
o dia já está para raiar.
Não tenha medo de mim.
Sou inofensivo.
Beba comigo essa garrafa de vinho
que eu te ajudo a beber essa dor.
Só te peço que se aproxime devagar.
Vá deixando pelo caminho as mágoas antigas
isso não te fará nenhum bem.
Arrume-se.
Se vista como se estivesse se despedindo
da vida, como se fosse a última vez.
Ponha a melhor roupa.
Mas não se esqueça de trazer o principal.
Traga aquele coração límpido que tens.
Não traga bagagem, a viagem será duradoura.
E para evitar que alguém queira abandonar o barco no meio do caminho.
É melhor vir leve como uma pluma ao vento.
Para onde vamos não se faz necessário tanta bagagem assim.
Quero apenas te sentir.
Encostar os corações e ouvir o que eles falam.
Sem juras de amor eterno.
Apenas com os lábios selados.
Brilho celeste
A Maria Madalena Brilho celeste,
era assim que eu ti via.
O astro mais iluminado do céu era você.
Memória de menina pequena.
Olhando o luar e as estrelas.
O bordado do céu é obscuro.
Era noite. Inaudíveis sons.
Para ver-te só bastava olhar o céu
em noites de luar...
O olhar cativante e inocente
buscava por você.
E você surgira, vestida de nuvens
e saudades. Via sua pequenina.
O seu brilho era tão forte que
sustava a minha visão.
Vasto turbilhão de desvarios.
Aparece-me agora.
Apeteço de volta aquela memória.
Talento Dix-septiense! Paarabéns, Madjinha!
ResponderExcluirMuito obrigada, meu querido Eduardo.
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