quinta-feira, 14 de maio de 2015

O homem e a praia



Sentado à beira do mar, passa um filme em sua cabeça. Ele está só: o homem e a praia. Ali, ninguém mais para o escutar ou mesmo para brincar com ele. O que a vida lhe levou? O que a vida lhe trouxe? Ele só queria saber se crescer, mentalmente e fisicamente, era, de algum modo, vantajoso. 

Os doze anos de idade já tinham completado doze anos de idade. A primeira paixão, aquela professora inesquecível, os amigos com quem tinha jurado amizade eterna, já não estavam por perto. Apesar da escola estar no mesmo lugar, os professores serem os mesmos professores, algo mudara. O espírito dela não era o mesmo, ela não tinha mais tanta graça. 

A medida que o filme passava, o homem solitário não sabia se sorria ou se chorava. Às vezes chorava ao se ver pequeno e impotente diante do tempo. Às vezes ele sorria, era inevitável, claro, ele tinha lembrado daquele dia, daquela bobagem que havia acontecido. Bobagens como esta não tinham significado para ninguém, mas para ele, sim, afinal, ele teve infância.  

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