quarta-feira, 23 de março de 2016

Teoria do amor inacabado




Agora mesmo, antes de escrever esse texto, na tentativa de colocar algo mais para ser lido neste humilde blog, veio à minha mente um fato: nunca deixei de amar. É que, na verdade, eu nunca concluí um amor por completo. Utilizo o pronome do caso reto, eu, como uma forma metonímica de lançar a teoria da impossibilidade de abandonar um amor. Caro leitor, acompanhe meu pensamento e veja como isso é impossível. 

Quem nunca amou que atire a primeira pedra! Quem nunca protegeu o "para sempre" atire outra! Quem, depois de algum tempo, desdenhou desse "para sempre" atire mais uma! Mais ordens minhas dessa natureza e construiremos nosso lindo castelo. Utilizei da arte da retórica para evidenciar a presença constante do amor em nossa vida, inclusive aquele antigo, lembra? Lembra! Afinal, trocam-se as pessoas, mas não o passado. 

Como um sinal marcado em nós, as lembranças nos trazem o que não queremos, ou que queremos, certas vezes. A ciência do amor, ainda não descoberta por acadêmicos, mas há tempos revelada por poetas, mostra-se complexa por natureza. Por esta razão, não irei me debruçar em tal campo, uma vez que não me acho evoluído para isso. O que direi rapidamente aqui é que nunca ninguém conseguiu terminar um amor. As palavras podem me ajudar a esclarecer minha teoria. Tenho ex-amores, mas, apesar do "ex" (prefixo indicador de passado), os "amores" permanecem ali, irônica e sarcasticamente. 

Sabe aquela paixão que não deu em nada? Ela existiu, tornou-se fato. Sabe aquele beijo cheio de sentimentos no colégio? Ele existiu e você o lembra. Sabe seu ex-namoro? Sabe com detalhes, né?! 

Ao afirmar tal teoria, não quero dizer que sempre lembramos do passado com uma boa saudade, (há fatos que nem gostamos de lembrar); quero dizer que não há como fugir totalmente do que houve. 

A vida é feita de amores inacabados. Tudo começa, mas nada se conclui por completo. Por minúsculo que seja, o amor passado está sempre guardado em algum lugar, assim como há infinitos espaços para se guardarem amores futuros. Até por que, se o terminar não existe, o começar é eterno!

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